Não bastassem as dificuldades eleitorais, o candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, está enfrentando nova crise na aliança que ameaça lhe tirar votos na Bahia. Ao telefonar hoje para o líder tucano na Câmara, Jutahy Júnior (BA), ele foi surpreendido ao saber que seu partido decidiu lançar candidato ao governo estadual contra o governador Paulo Souto (PFL), que disputa a reeleição com o apoio do grupo do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA)
A disputa foi um dos principais assuntos entre pefelistas e tucanos que participaram ontem da festa junina promovida pelo vice de Alckmin, senador José Jorge (PFL-PE). Encarregado pelo PSDB nacional de tentar um acordo para apaziguar os "aliados" que vivem às turras na Bahia, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) mostrava ceticismo. "Essa é uma missão quase impossível", avaliou Azeredo a interlocutores do PFL ontem à noite. E com razão.
Antes de começar a sessão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, ACM deixou claro que, a depender do desfecho da briga baiana, ele e seu grupo poderão abandonar a campanha de Alckmin. "Vão ter que decidir se querem o Jutahy ou nós", disse o senador queixoso até mesmo daquele que sempre considerou seu melhor amigo no PSDB: o presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE). "O responsável por isso é o Tasso", protestou.
Diante das crises regionais que se agravaram não só na Bahia como no Mato Grosso, os presidentes do PSDB e do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), não participaram da festa junina de José Jorge. Outra ausência notada foi a do senador Antonio Carlos. ACM disse que faltou ao evento porque tinha de manter sua coerência. "Se critiquei o forró eleitoral do Lula, não podia apoiar o forró do PFL com o PSDB", explicou o senador.