Disputa de obra da Petrobras atrai 5 empreiteiras

Rio – A concorrência para a construção de um dique seco (espaço para construção e reparos de plataformas de petróleo), o primeiro do país em grandes proporções, atraiu as cinco maiores empreiteiras brasileiras. A licitação está sendo realizada pela gestora de recursos Rio Bravo e o espaço será arrendado exclusivamente para a Petrobras durante um período de dez anos. Após este período, o espaço passa a ser de propriedade do vencedor da licitação. Orçado no mercado entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões, o espaço poderá reduzir os custos com as obras de plataformas da estatal que hoje são feitas fora do Brasil

Para disputar a oportunidade de construir, operar e ainda ter a propriedade do dique, apresentaram propostas os grupos Odebrecht OAS, Camargo Correa, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, esta última em parceria com o estaleiro Promar. Também participam da licitação os estaleiro Renave, de Niterói, e Rio Grande, que pertence ao Grupo Birman, mas ainda não possui instalações físicas

A previsão é de que as propostas financeiras entregues hoje (23) sejam conhecidas em duas semanas, após análise técnica. Os contratos devem ser assinados até meados de junho e o dique deve ser construído num período de dois anos. A primeira plataforma a ser construída no dique será a P-55, que vai ser instalada no campo de Roncador, na Bacia de Campos

Fundo 

A estrutura financeira do projeto é inédita em encomendas industriais da Petrobras e foi trazida de um modelo lançado no ano passado para a construção de imóveis administrativos da estatal em Macaé. Pelo modelo, a Rio Bravo (escolhida em licitação realiza pela estatal no ano passado) realiza o processo licitatório e depois aluga o espaço para a companhia. Os recursos para pagar o empreendimento são captados no mercado a partir da formação de um Fundo de Investimentos Imobiliários (FII) que negocia os recebíveis do arrendamento do espaço para a Petrobras

A idéia é que os recursos cubram parte dos investimentos. A outra parte seria financiada pelo próprio construtor que será o dono do espaço ao final dos dez anos de arrendamento exclusivo da Petrobras

Nas propostas financeiras apresentadas à Rio Bravo, os concorrentes definiram não somente os custos da obra, mas sua participação porcentual no investimento. "O empreendedor poderá optar por se auto-financiar em 100% do negócio, ou 10%, ou menos ainda. Com base neste cálculo, e ainda o quanto sobra para captarmos no mercado é que saberemos o quanto vamos cobrar pelo aluguel do espaço para a Petrobras", explicou o sócio-diretor da Rio Bravo, Glauber da Cunha Santos

Para o diretor do estaleiro Rio Grande, Roberto Dieckman, vencer esta concorrência torna qualquer grupo mais competitivo. "Há uma grande vantagem de ter o dique instalado ao lado do estaleiro em licitações posteriores. Mesmo que outro grupo ganhe a concorrência para construir o casco de uma plataforma em meu dique, este espaço vai ocupar apenas 40% do estaleiro. O restante eu posso disponibilizar para a construção de outros módulos a um custo insuperável por qualquer concorrente devido à proximidade entre ambos os terrenos", argumenta.

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