A possibilidade de prorrogar os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios até o ano que vem, levantada pelo presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), foi questionada pelo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

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Ele disse que, apesar de não fazer parte da CPI, acredita que qualquer discussão de prorrogação é "prematura" porque ainda faltam dois meses para concluir o prazo de trabalho, previsto para 15 de dezembro. Na sua opinião, os deputados e senadores da comissão deveriam fazer um balanço das investigações até o momento para procurar claramente o que se busca. "Alguns parlamentares da CPMI priorizam o show", afirmou.

Para ele, as investigações não estão avançando. Prova disso, segundo o líder, seria o fato da CPI requerer documentos das investigações que estão sendo conduzidas pela Polícia Federal para respaldar seus trabalhos. "É necessário uma CPMI que vá além do que já foi feito", ressaltou.

O presidente da CPI rebateu as críticas. "Infelizmente, o líder Arlindo Chinaglia não tem acompanhado de perto as investigações da CPI que está profissionalizando seus trabalhos ao contratar empresa de auditoria externa para auxiliar na análise dos documentos", afirmou à Agência Brasil. Delcídio disse ainda que o cumprimento do prazo dado à CPI está condicionado à votação de requerimentos necessários para complementar as investigações.

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"É preciso evitar que os partidos da base façam com que o quorum caia, o que efetivamente tem acontecido por meio do uso de manobras regimentais", observou. "A extensão dos trabalhos pode ocorrer por falta de deliberação da CPMI". Nets quinta-feira, a reunião administrativa que votaria a quebra de sigilo de corretoras que operaram para os fundos de pensão foi suspensa foi falta de quorum, presença mínima de parlamentares.

Chinaglia afirma que uma de suas preocupações é que as CPIs sejam utilizadas para disputas políticas. Citou como exemplo a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, que segundo ele, "é chamada por alguns parlamentares da casa de CPI do Fim do Mundo", pela falta de foco nas investigações.

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