Discurso de Lula abre Assembléia Geral da ONU

No pronunciamento que abriu a sessão de debates da 61ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a América do Sul é a prioridade da política brasileira, criticou barreiras comerciais, subsídios agrícolas promovidos pelos países desenvolvidos, que classificou como "apoio distorcido", e afirmou que o papel da ONU está sendo questionado. Lula acrescentou que o Conselho de Segurança da organização deveria passar a inserir em seu quadro fixo países em desenvolvimento. A uma platéia composta por representantes dos 192 membros da ONU, Lula afirmou que, desde o pronunciamento feito em Nova York em 2003, o Brasil aliou crescimento econômico à inclusão social. "O nível de emprego aumentou e a renda aumentou", disse. Lula citou o programa Bolsa Família afirmando que "recurso para área social não é gasto, é investimento" e completou que, com recursos escassos, o Pais conseguiu resultados surpreendentes.

O presidente brasileiro, que teve pronunciamento seguido pelo do presidente dos EUA, George W. Bush, acrescentou que "a fome tem alimentado a violência e o fanatismo no mundo. Ninguém está seguro em um mundo de injustiça." Lula ponderou que no ano de 2004 os chefes de Estado reunidos na ONU conseguiram mobilização internacional, "dando impulso contra fome e pobreza. Saúdo os lideres de visão engajados", completou. "A luta contra a fome passa por uma ordem mundial que tem o desenvolvimento social em primeiro plano", disse. "É necessário nos libertarmos das amarras das barreiras comerciais, dos subsídios agrícolas e de um apoio distorcido dos países desenvolvidos", disse durante o pronunciamento.

Para Lula, a geografia do comércio internacional precisa ser reformada. Ele afirma que o "Brasil está integrado nesta tarefa. A historia não perdoará nossa omissão", completou o presidente.

Lula afirmou ser necessário uma OMC transparente e sensível aos países em desenvolvimento. Ao ponderar que "o País é defensor de organizações multilaterais e acredita no dialogo", Lula afirmou que "a eficácia da ONU está sendo questionada" e estimou que é hora de convocar uma "ampla conferencia sob a égide da ONU" para promover mudanças: "O País, assim como o G-4, sustenta que o Conselho de Segurança da ONU precisa de modificações para inserir países em desenvolvimento em seu quadro fixo".

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