Discurso de Coutinho no BNDES anima setor industrial

O discurso de posse do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, acendeu esperanças de representares de setores como o siderúrgico, eletroeletrônico e de comércio exterior de contarem com um aliado na instituição de fomento. Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, Coutinho estará junto na luta dos exportadores por um "câmbio neutro". Para ele, o novo presidente do banco "busca um equilíbrio entre as exportações de commodities e manufaturados e para isso é preciso uma taxa de câmbio neutra".

Augusto de Castro avalia que essa taxa de câmbio só surgirá como conseqüência de uma política de governo para cuja formatação, na sua avaliação, Coutinho contribuirá, mesmo que não haja expectativa de uma solução de curto prazo. Ele disse considerar o câmbio neutro entre R$ 2,40 e R$ 2,50 que, hoje, agradaria a 80% dos exportadores. O vice-presidente da AEB elogiou o discurso de Coutinho e lembrou que ele citou a importância da manutenção do bom desempenho das exportações de manufaturados, que têm desacelerado o crescimento. Por isso, ele acredita que o presidente do BNDES fará coro à busca de um câmbio mais adequado à expansão das vendas externas desse segmento.

A abrangência das colocações de Coutinho, que permearam todos os setores da economia, foi bem recebida também pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. "A chegada do Luciano marca um engajamento maior do banco com os objetivos da política industrial", disse ele. "Mais que um discurso, foi uma verdadeira aula", elogiou.

Monteiro Neto enfatizou, no posicionamento de Coutinho, o destaque ao desenvolvimento tecnológico, o que o presidente da CNI considerou uma "visão muito moderna no sentido do que representa a inovação para o futuro da indústria brasileira".

Ele destacou ainda as citações de Coutinho ao "fortalecimento financeiro e fiscal" do Estado brasileiro, à necessidade de "adequação" da carga tributária e à qualidade da gestão empresarial.

Eugênio Staub, presidente do Conselho de Administração da Gradiente, destacou a questão da inovação tecnológica como um dos principais pontos do discurso de Coutinho. "Ele focalizou o que saiu de moda atualmente, que são os segmentos dinâmicos, de maior intensidade tecnológica", disse Staub. Ele concluiu que haverá um "foco maior" no BNDES, a partir de agora, para esses setores. "Vai dar certo, ele sabe tudo, há anos está preparado (para o cargo)", disse o empresário.

Para o vice-presidente executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Marco Polo de Mello Lopes, o discurso de Coutinho mostrou uma "conotação pró-desenvolvimento". Para ele, o pronunciamento do novo presidente do BNDES foi "muito abrangente e nenhum setor ficou de fora". Para Marco Polo, Coutinho conhece profundamente a área industrial, inclusive o setor siderúrgico.

Especificamente sobre o setor, ele avalia que o banco é importante, "não tanto em investimentos, mas sob a ótica (do desenvolvimento) da cadeia do setor".

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