Em discurso feito há pouco em uma das unidades onde se realiza o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, Aleida Guevara, filha do revolucionário Ernesto Che Guevara, disse que, se por uma eventualidade Cuba vier a perder o seu comandante, Fidel Castro, o povo terá de seguir adiante para manter a política e a independência daquele país fundamentada no socialismo.
Segundo ela, ficou demonstrado que a unidade na população nos últimos 40 anos, em que o povo suportou a opressão dos Estados Unidos, só foi possível “porque há um povo determinado e unido que quer continuar o caminho socialista”.
Bastante aplaudida, a ponto de às vezes necessitar interromper seu discurso, ela falou sobre a evolução histórica de Cuba, destacando o período que começou com a revolução, 1959, em que o país sofreu com a opressão norte-americana e com o embargo comercial, do qual resultou inclusive a morte de crianças por falta de medicamentos.
Segundo ela, as dificuldades, no entanto, não impediram que Cuba passasse para uma situação de auto-suficiência, chegando a ter hoje mais de 60 mil profissionais de saúde, ou um médico para cada grupo de 170 habitantes.
Aleida afirmou que em seu país a população não tem acesso a roupas bonitas, produtos de grife, mas não há registro de criança com fome, nem de nenhum analfabeto, já que todas as crianças em idade escolar conseguem vagas nas escolas.
Segundo ela, hoje, a democracia é uma realidade, fato que espera que ocorra também no Brasil, com a ascensão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aleida fez referência também à tentativa do governo norte-americano de estabelecer a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e conclamou a todos a repudiar o bloco.
Ela destacou que Cuba não se deixou vencer, mesmo tendo como inimigo o país mais poderoso do planeta. “Quando o povo é unido, não há força capaz de destruir o país”, afirmou. Aleida sugeriu aos jovens que tomem suas bandeiras nas mãos e lembrou que seu país é um exemplo de força contra a opressão norte-americana.