Atingida por críticas de todos os lados, a diretoria do Palmeiras resolveu reagir contra o mais fraco de seus detratores: em nota oficial emitida na noite de ontem (28), avisou o goleiro Deola, que disputou a Série B pelo Guarani, que sua entrevista seria analisada pelo Departamento Jurídico do clube, devido às declarações "nada amistosas" e "infelizes" feitas pelo jogador.
Deola, de 23, afirmou que preferia continuar no Guarani e ser titular na Série A-2 do Paulista e na Série C do Brasileiro a retornar ao Palmeiras para disputar um lugar no banco de reservas. Disse ainda que foi "esquecido" pela diretoria palmeirense no clube campineiro, e que essa postura de "descaso" poderia fazer com que o clube perdesse outros talentos revelados nas categorias de base, como o lateral-direito Ilsinho, que saiu de graça para o São Paulo durante o ano.
A nota diz que Deola deve reclamar de eventuais salários atrasados junto à diretoria do Guarani, e que a diretoria do Palmeiras se comunicou com os cartolas de Campinas sobre o assunto, "Tornando inverídicas as afirmações de abandono".
O texto, que foi publicado sem assinatura pelo site oficial do Palmeiras, afirma ainda que, se não quiser mais jogar no Palmeiras, ele pode pagar a multa rescisória para interromper seu contrato, que vence em 2009. O valor, de US$ 3,05 milhões (cerca de R$ 6,7 milhões), é, segundo a nota, "a mesma quantia que o Guarani F.C. teria que pagar", diz o Palmeiras.
Curiosamente, as declarações do meia Marcinho, de que em 2007 o clube não pode repetir a desorganização mostrada neste ano, não foram rebatidas pelo Palmeiras. A transferência do jogador para o futebol europeu é uma das esperanças da diretoria para resolver a grave crise financeira por que passa o clube.
