O diretor-geral do Departamento de Polícia Federal (DPF), Paulo Lacerda, rebateu nesta terça-feira (19) as críticas dos partidos de oposição ao trabalho da instituição no caso do dossiê contra o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, ex-ministro José Serra. "Oposição é oposição e sempre vai buscar algum tipo de situação. O que fica claro, desde o início deste governo, é um trabalho da Polícia Federal que demonstra que, em nenhum momento, nos submetemos a pressões e o resultado está aí: não foi a oposição que prendeu aquelas pessoas.
Lacerda, que esteve no Rio para participar da 75ª Conferência da Interpol, deixou claro que a não apresentação do dinheiro apreendido na quinta-feira à noite, em São Paulo, foi uma decisão da Polícia Federal para evitar o uso político do caso. Questionado sobre a apresentação que costuma ser feita em outras ações policiais, explicou que "em outras operações há o aspecto pedagógico, uma visão de toda a sociedade de um trabalho que visa desestimular aqueles que estejam ligados ao crime organizado. Já neste caso, qualquer tipo de imagem seria utilizada com finalidade político-eleitoral e nós não vamos fazer esse jogo", disse.
Para ele, o Caso Lunus, ocorrido em 2002, no qual a senadora Roseana Sarney (PFL-MA), então pré-candidata à presidência da República, foi acusada de utilizar dinheiro ilícito, "é o exemplo que não podemos seguir, porque foi absolutamente errada aquela divulgação, que teve conseqüências nocivas para o processo eleitoral". Por causa da repercussão do caso, a senadora desistiu de concorrer e, posteriormente, foi inocentada pela Justiça.
Investigações
Segundo o superintendente em exercício de Mato Grossso, Geraldo Pereira, também presente à reunião da Interpol, tanto as notas de real como as de dólar apreendidas com o advogado Gedimar Passos e o petista Valdebran Padilha são seqüenciais, o que facilitará a investigação para descobrir a origens. Outro ponto fundamental, segundo ele, é o filme feito por policiais federais, no Hotel Ibis, na madrugada de quinta para sexta-feira, quando da prisão dos dois. Ontem, o superintendente recomendou que fosse solicitado também os filmes feitos pelas câmeras do hotel para tentar identificar possíveis visitas que os presos tenham recebido antes dos agentes federais.