Após prever um crescimento de 3,6% para a economia brasileira em 2006, o diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, fez um prognóstico mais otimista. "Frente a taxas históricas muito baixas, a economia brasileira está entrando em fases de crescimento econômico em torno de 4% que são claramente importantes". A afirmação foi feita em entrevista coletiva à imprensa após solenidade de formalização da quitação da dívida do Brasil com o FMI.

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O diretor-geral do FMI destacou, no entanto, que o Brasil deve ter "objetivos mais ambiciosos" a médio prazo. Neste sentido, segundo ele, são fundamentais a redução da inflação e a sustentabilidade da dívida. "Um quadro macroeconômico de estabilidade é básico para o crescimento. Mas é preciso fazer mais. É preciso fazer reformas importantes como as que estão sendo levadas a cabo do ponto de vista de microeconômico", afirmou, citando como exemplo a nova lei de pequenas empresas, a reforma do sistema tributário e a necessidade de aumentar a competitividade do sistema financeiro.

Segundo Rato, não "parece impossível" ter como objetivos uma taxa de inflação abaixo de 4% e um nível de dívida pública de 40% do produto Interno Bruto (PIB). "Este é um cenário que há 4 anos parecia impossível, mas que muitos pensamos que é o cenário dos próximos anos", disse. "Essas são cifras que hoje estão ao alcance da mão".

Quanto ao superávit primário, Rato afirmou que o FMI endossa a meta de 4,25% estabelecida pelo governo brasileiro. "É um objetivo que respaldamos, mas tenho que dizer que não será nenhuma má notícia para o Brasil que no ano de 2005 tenha sido maior". O superávit de 2005 ainda não foi divulgado pelo Tesouro.

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