Diretor do DNIT diz que aplicar toda a arrecadação da Cide em rodovias não resolve

O diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-estrutura (DNIT), Alexandre Silveira, afirmou hoje que a aplicação de todos os recursos arrecadados com a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), o imposto cobrado sobre combustíveis, não seria a solução para o problema das estradas do país. "Tecnicamente, temos que reconhecer as limitações para se aplicar recursos de uma vez só, o que não quer dizer que nós não precisamos ampliar os nossos recursos", disse Silveira, após encontro com o presidente em exercício, José Alencar.

A Constituição prevê que os recursos arrecadados com a Cide sejam aplicados na infra-estrutura de transportes. Segundo levantamento da Receita Federal, o governo arrecadou, até fevereiro deste ano, R$ 1,25 milhões com o imposto.

Segundo Alexandre Silveira, o governo está elaborando um programa de recuperação das rodovias que deve avançar nos próximos três, quatro anos. Ele lembrou que os investimentos são definidos pelo Ministério da Fazenda e destacou que não há como recuperar a malha rodoviária do país em curto prazo. "Nem que nós quiséssemos, conseguiríamos resolver o problema em um exercício", ressaltou Silveira.

Ele apresentou hoje a Alencar os projetos que o o DNIT vai executar em Minas Gerais ? estado que tem a maior malha rodoviária do país. De acordo com Silveira, cerca de R$ 450 milhões vão ser aplicados nas rodovias do estado.

Silveira informou que uma das estradas restauradas será a BR-459, que corta três estados (Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro) e é considerada a pior rodovia do país, conforme pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Serão investidos R$ 50 milhões na recuperação da BR-459.

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