Diretor do Decex diz que é possível exportar US$ 108 bilhões este ano

A meta de US$ 108 bilhões estabelecida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para as exportações deste ano é perfeitamente factível. A afirmação foi feita hoje pelo diretor do Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex) do Ministério do Desenvolvimento, Edson Lupatini Júnior. No ano passado, as exportações somaram US$ 96,5 bilhões de 2004.

Segundo Lupatini, a meta se baseia nos acompanhamentos setoriais feitos a cada mês pelo secretário de Comércio Exterior, Ivan Ramalho, junto às principais empresas exportadoras e entidades de classe representativas do setor, mas conta com um elemento adicional que ajuda a fazer a previsibilidade, que é o mecanismo de "draw-back".

Esse sistema consiste na importação de insumos (partes, peças e componentes) com desoneração de impostos, para que o país produza bens que agreguem partes nacionais e serviços visando sua exportação final. O mecanismo é utilizado sobretudo por empresas do setor de manufaturados e semimanufaturados, cujas exportações representaram cerca de US$ 33 bilhões no ano passado, contra importações de US$ 8 bilhões. "Isso é compatível com o histórico de que esse instrumento representa um terço das exportações brasileiras", disse Lupatini.

Para o diretor do Decex, a tendência de aumento das exportações fica evidente quando se analisa também o quantum, isto é, o volume exportado, e o preço alcançado em 2004, que dão segurança para o estabelecimento de novas metas. Ele disse que a exportação total brasileira aumentou 18,3%, em quantidade, e os preços, 11,3%. "Estamos exportando muito mais, não é só preço não", afirmou Lupatini. Nos básicos, o quantum teve aumento de 14,2% e os preços, de 17,5%; nos produtos semimanufaturados, o volume cresceu 7,5% e o preço, 13,8%; e nos manufaturados, que constituem o dado mais importante, o aumento do quantum foi de 23,4% e o dos preços, de 7%.

Lupatini observou que, mesmo que o preço das commodities, que são produtos básicos, caia no mercado internacional este ano, para os manufaturados, que tiveram maior volume exportado, a tendência é de aumento, o que seguraria com tranqüilidade a situação. Segundo Lupatini, o setor que deve ter expansão em 2005 é o de manufaturados por causa do instrumento de "draw-back". O setor vai alavancar cada vez mais novas exportações do Brasil, disse ele.

Dos US$ 96,5 bilhões exportados no ano passado, US$ 53 bilhões foram de manufaturados, com aumento de 33,5% sobre 2003; US$ 28,5 bilhões de básicos, com incremento de 34,7%; e US$ 13,5 bilhões de semimanufaturados, com expansão de 22,7% em comparação com o ano anterior. Todas essas cifras são recordes históricos, afirmou Lupatini.

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