A elaboração do Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos da Bacia do Rio São Francisco já foi iniciada em Pernambuco e Minas Gerais pelos ministérios da Integração Nacional e do Meio Ambiente, por intermédio da Agência Nacional de Águas (ANA). O levantamento revelará quem, o quanto e como são usadas as águas do rio e de seus afluentes. A estimativa da agência é de que cerca de 80 mil pessoas utilizem os rios, lagos e mananciais da região.

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Em entrevista à TV Nacional, o diretor presidente da ANA, José Machado, explicou o cadastramento necessário para regularizar o uso das águas da Bacia do Rio São Francisco. "Essa atividade faz parte de uma determinação legal porque para se proceder a retirada de águas para abastecimento público, para uso industrial e para irrigação é necessário autorização. Nós queremos legalizar o processo que hoje não é perfeitamente legal".

Machado assinalou que alguns dos usuários da região estão autorizados a retirar a água, mas muitos não estão. Dessa forma, a intenção da ANA é ter um mapeamento geral de quem são esses usuários, quanto de água eles usam ou precisam para suas atividades econômicas, para o abastecimento público. "Isso tudo funciona como base para o planejamento e o projeto de revitalização da Bacia do São Francisco."

Conforme destacou o diretor da agência, o mapeamento vai servir para o uso mais democrático e racional da água, também em relação à preservação do meio ambiente. Na opinião de Machado, a regularização é necessária para que o poder público conheça a quantidade de água necessária para atender às várias necessidades para o abastecimento das cidades, para irrigação, para o uso das indústrias. "Esse conjunto de informações serve para o planejamento democrático e compartilhado, porque os usuários fazem parte do sistema".

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Segundo explicações do diretor da ANA, os usuários participam inclusive dos comitês de bacia, órgãos que decidem sobre quais as ações que precisam ser realizadas para revitalizar o Rio São Francisco e garantir que haja água para todos. "Se não houver uma regularização, um controle e um planejamento, esse uso passa a ser irracional e não é possível fazer uma gestão responsável e prudente das águas".

A partir do cadastro pronto, A ANA começará a realizar a cobrança pelo uso da água, afirma Machado. Segundo ele, esse instrumento é previsto na legislação federal e será a base para parte dos investimentos na região e para a aplicação dos recursos de gestão das águas. O diretor diz que, no entanto, não se pode fazer a cobrança sem antes saber de quem cobrar. "Nesse sentido, o cadastramento funciona como uma base de dados que vai viabilizar a cobrança."

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O trabalho de campo da Agência Nacional de Águas será feito por equipes treinadas, que já que estão na região. Essas equipes vão percorrer toda a bacia do São Francisco, procurando conhecer quem são os usuários da água. Serão entrevistados donos de indústrias, irrigações, prefeitos de cidades, consumidores institucionais, empresas e produtores. A idéia não é cadastrar o usuário particular. O público alvo do cadastramento, segundo Machado, "são as pessoas que se responsabilizam pela tomada de água, muitas delas desconhecidas e, para isso, haverá um questionário e uma confrontação de dados com os dados que a ANA dispõe.