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No Paraná existem 475 mil pessoas com dificuldades de locomoção. Mas não são poucas as repartições públicas e estabelecimentos particulares que não facilitam a locomoção de deficientes. Não têm rampas apropriadas e faltam lugares reservados para estacionamento perto dos acessos. São falhas que podem e devem ser corrigidas. Há legislação que determina. Revoltante é a atitude de pessoas sãs que usam as vagas de estacionamento de carros reservadas para deficientes. Como estas são poucas, o que acontece é que o deficiente, muitas vezes em cadeira de rodas, ao chegar a um estabelecimento e procurar o lugar que lhe é reservado, encontra-o ocupado por outro veículo pertencente a uma pessoa sã.

E o que pode fazer o deficiente, se não tem condições de descer de seu carro e se dirigir a longas distâncias, procurando o explorador das facilidades que lhe são reservadas, não como um privilégio, mas como uma deferência e um direito a quem a natureza não deu ou a fatalidade tirou condições normais de movimentar-se.

"A maioria das pessoas não tem noção do que está fazendo. Ocupam as vagas dos deficientes físicos e não está nem aí para nada. Há muito desleixo, desinteresse e falta de consideração por parte da população em geral", afirma o presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná, Mauro Vicenzo Claudio Nardini. E acrescenta: "Isso gera uma série de constrangimentos a quem tem dificuldades de locomoção". Ele observa que os funcionários que cuidam dos estacionamentos, em especial dos "shopping centers", deveriam fiscalizar o uso das vagas especiais, impedindo que sejam ocupadas por pessoas que a elas não têm direito.

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Vamos mais longe. Entendemos que não se trata de desleixo, mas de um caso de polícia e deveria ter pronta punição. Fosse sua detenção, guinchamento do veículo ou outra que fizesse com que a infração não passasse despercebida e se evitasse a reincidência.

Outro caso de desrespeito muito comum é o dos direitos dos idosos, hoje consagrados em um código especial. A maioria dos estabelecimentos públicos e privados não distinguem idosos de não idosos e ignoram a prioridade daqueles. E parte do público mais jovem também não. É muito comum uma pessoa de idade avançada ser maltratada por procurar prioridade no atendimento, o que é seu direito. Aí, compete a quem está atendendo fazer cumprir a lei. E, em certas cidades, o idoso ou a gestante podem, com um simples telefonema, chamar as autoridades e o estabelecimento desleixado é multado de imediato.

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Estamos caminhando a passos de tartaruga para um status de país verdadeiramente civilizado.