Existem atualmente no mundo 640 milhões de armas pequenas, ou seja, uma para cada grupo de dez pessoas. É incrível a maneira como a estatística coloca os cidadãos comuns frente a realidades cada vez mais emblemáticas do grau avançado da precariedade da vida humana. O saldo trágico desse arsenal ao qual são acrescidas todos os anos oito milhões de novas unidades, fabricadas por mil empresas de 98 países, são as 500 mil vítimas anuais de armas de fogo.
Os números foram apurados pela Campanha Control Arms, coordenada por um grupo de entidades como a Oxfam, Anistia Internacional, Iansa (rede de ONGs pró-controle de armas) e Instituto Eu Sou da Paz. A pesquisa teve por base, entre outros países, Brasil, Guatemala, Canadá, África do Sul, Inglaterra e Índia.
Cresce a preocupação das autoridades e das organizações sociais com o tráfico ilegal de armas pequenas na maioria dos países, na verdade, um negócio que rende elevados ganhos ao chamado crime organizado. Um dos dados esclarecedores da pesquisa revelou que é exponencial a proporção das armas em poder da população utilizadas de forma ilegítima e ilegal, apesar das constantes campanhas de desarmamento.
A partir de segunda-feira, 26, se reúne em Nova York a 4.ª Conferência Internacional do Tráfico Ilícito de Armas Pequenas, com a finalidade de propor parâmetros locais, regionais e mundiais para coibir a disseminação de armas de fogo entre a população e evitar que tantas pessoas sejam mortas todos os anos.
A conferência tem entre seus principais organizadores o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, sediado em Genebra (Suíça), benemérita instituição que luta em defesa do mais sagrado dos direitos, a vida.