O ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado José Dirceu reclamou mais uma vez de ter sofrido uma "cassação política", sem o princípio da presunção de inocência. "Depois de 40 anos de vida pública, estou sendo acusado de ser chefe de quadrilha, o que não é pouca coisa", queixou-se durante entrevista ao programa "Opinião Nacional", da TV Cultura.
Mesmo assim, José Dirceu garantiu ser contra a impunidade e manifestou o desejo de que as CPIs terminem seus trabalhos, com a Justiça levando os acusados aos tribunais. "Eu quero que o Supremo Tribunal Federal me julgue o mais rápido possível.
José Dirceu comemorou a reeleição do presidente Lula e disse que com o apoio de 17 governadores, maioria na Câmara e, provavelmente, também no Senado, o presidente reeleito terá força política para fazer as reformas. "Nós podemos lançar o País em uma política de desenvolvimento e não só de crescimento econômico", ressaltou.
"Ou seja, realizar algumas reformas que são importantes, a começar pela reforma política, pela reforma administrativa e também terminar a reforma tributária.
A aprovação dessas reformas, segundo Dirceu, seriam também de interesse dos governadores, o que facilitaria a aprovação desses projetos com o apoio de setores da oposição. Ele observou que a reforma administrativa daria os instrumentos necessários para aumentar o controle sobre o Estado e reduziria a corrupção no serviço público. A reforma também melhoraria a gestão dos recursos humanos do funcionalismo.
O ex-ministro deu a receita para o governo investir sem aumentar os gastos públicos. Segundo Dirceu, a taxa básica de juros deverá cair mais 3% nos próximos meses, possibilitando a retomada dos investimentos pelo governo com a economia resultante no serviço da dívida. "O presidente deixou claro – e o ministro Guido tem confirmado – que os juros vão baixar mais 3% reais", frisou. Ele disse que, como os juros já baixaram 3%, haveria uma economia de R$ 60 bilhões por parte do governo.