O ex-chefe da Casa Civil José Dirceu reassumiu hoje (22) o mandato como deputado
federal na Câmara com um discurso em defesa do governo federal e de repúdio às
denúncias de seu envolvimento no suposto esquema de "mensalão" no Congresso
Nacional. Ao discursar para um plenário lotado por parlamentares e militantes do
Partido dos Trabalhadores (PT), que ocuparam as galerias da Câmara, o
ex-ministro disse que retorna ao Congresso para servir ao governo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, ao PT e à Casa – e garantiu estar disposto a
esclarecer todas as denúncias do suposto esquema de pagamento de mesadas a
parlamentares e de corrupção na administração federal. "Volto para ir ao
Conselho de Ética da Câmara, à Corregedoria, para prestar todos os
esclarecimentos necessários", afirmou.
Dirceu disse que a sua vida
"sempre foi pública", e ressaltou que em 40 anos de vida política nunca sofreu
qualquer processo na Justiça. "Não sou réu, não respondo a um só processo". O
ex-ministro disse estar honrado de ter servido ao governo do presidente Lula, e
garantiu não se "envergonhar" em nenhum momento da política de alianças adotada
pelo governo. "Para governar o país, era necessário fazer alianças".
O
deputado defendeu a aprovação da reforma política pelo Congresso, e disse que
vai trabalhar para que a Câmara conclua a votação da matéria. "Volto para
defender o meu governo, o PT e meu mandato". Dirceu negou as criticas de que
teria ocupado uma posição radical na Casa Civil em relação ao diálogo com os
partidos aliados e da oposição. "Isso não é verdade. Não rompi com a oposição e
radicalizei no governo".
Dirceu apresentou aos parlamentares resultados
que considera mais do que positivos do governo federal, especialmente na área
econômica. "O Brasil voltou a crescer, a criar empregos, é menos dependente
economicamente. O país tem consistência em seu programas sociais". Segundo o
ex-ministro, o seu mandato na Câmara será de debate com a oposição para que os
números positivos do governo possam ser apresentados de forma clara. "Servi 30
meses nesse governo que está fazendo esse programa (de governo) que o povo
brasileiro escolheu em 2002. Estamos aqui para buscar consenso. Quando não
conseguirmos, vamos para o voto".
