Diplomatas suspeitos de contrabando foram monitorados em Brasília

A Operação Safari da Polícia Federal, desencadeada hoje (10) para desarticular a maior quadrilha de contrabandistas de bebidas, perfumes e outros produtos importados, começou com as suspeitas da Alfândega do Aeroporto de Brasília, que observou uma quantidade anormal de produtos transportados pelos diplomatas de algumas embaixadas.

Entre os produtos contrabandeados estão uísques e perfumes. A garrafa de uísque era comprada a R$ 17 e vendida a R$ 45. De acordo com a inspetora de Alfândega do Aeroporto de Brasília, Lúcia Corrêa Leal, a Receita Federal observou um movimento anormal de venda de bebidas às embaixadas. Segundo ela, foi verificado que as embaixadas pequenas consumiam comparativamente mais bebidas que as grandes.

"Acompanhamos o movimento de todas as embaixadas. Após quatro meses de monitoramento, constatamos que o aumento era real e passamos a informação para o setor de inteligência da Receita Federal, que fez a investigação junto com a Polícia federal", disse.

Segundo Lúcia, enquanto uma embaixada grande consumia até 90 litros de uísque por mês, embaixadas pequenas investigadas consumiam até 900 litros da bebida no mesmo período. Em dez meses, foram comprados irregularmente 25 mil litros de uísque.

Em torno de 20 funcionários de embaixadas estão envolvidos com o esquema, segundo a PF. Nesta sexta-feira, a operação da Polícia Federal prendeu em flagrante seis pessoas: um funcionário do Ministério de Relações Exteriores, que providenciava a autorização das notas de compra em nome dos diplomatas, dois funcionários da Brasif, importadora onde eram realizadas as compras irregulares, e três contrabandistas.

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