Diplomacia específica

Os jornais dão conta de mais uma bravata do líder cocaleiro Evo Morales, eleito presidente da Bolívia, sob intensos aplausos de Luiz Inácio Lula da Silva, Hugo Chávez e Fidel Castro, hoje recolhido a uma clínica de recuperação após ter sofrido delicada intervenção cirúrgica.

Morales revelou ter dado ordens de prontidão a tropas do exército boliviano, que deveriam ocupar as refinarias da Petrobras na madrugada do domingo das eleições, caso a estatal brasileira se negasse a reconhecer o decreto de nacionalização da propriedade dos hidrocarbonetos, cujo prazo se esgotava à meia-noite do último dia 29.

Portanto, foi por um triz que o presidente reeleito não viu amarfanhada a sua espetaculosa façanha eleitoral pelo arrebatamento nacionalista de Morales, que promete para dentro de 15 anos, no máximo, a transformação da Bolívia numa ?nova Suíça?. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, se esforçou para assegurar que o acordo com o governo boliviano não prejudicou interesses brasileiros, embora ainda não sejam conhecidos os preços do gás natural importado do país andino.

Com lances tão canhestros quanto inusitados desde a posse de Evo Morales no Palácio Quemado, sede do governo boliviano, é possível que o Itamaraty seja levado a conceber uma diplomacia específica para tratar as nuanças da instabilidade do descendente do nobre povo aymara.

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