Continua rendendo a briga entre o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o embaixador aposentado Roberto Abdenur, que atingiu o grau máximo da carreira diplomática no exterior, ao comandar a embaixada brasileira em Wa-shington.

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Abdenur teve sua aposentadoria apressada pelo desassombro de criticar abertamente a política do Itamaraty em relação aos Estados Unidos, em recente entrevista à revista Veja. O diplomata de primeira linha, cuja competência profissional é reconhecida dentro e fora do País, não teve receio de apontar para o antiamericanismo atual da diplomacia brasileira, além da orientação ideológica de esquerda insuflada pela cúpula ministerial.

No depoimento prestado à Comissão de Relações Exteriores do Senado, o ex-embaixador declarou que até nos hábitos de leitura dos embaixadores verificou-se indesejável interveniência, com a imposição duma lista de quatro livros organizada pelo secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, símile de diplomata e intelectual orgânico da Casa de Rio Branco.

Por falar em Rio Branco, legítimo formulador de nossa política externa e homem que transformou o Itamaraty num baluarte da defesa da soberania nacional, desde então, jamais se viu período tão conturbado na diplomacia, como o atual. O distanciamento do presidente Lula do setor é preocupante e prejudicial.

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