Diploma oficial de barbeiro (III)

Das manifestações recebidas sobre o tema “pontuação” na CNH e novas formas de enfrentar o grave problema e irreparáveis consequências dos motoristas barbeiros (e otários, por ficarem obrigados a recolhimento de pesadas multas, processos, apenamentos, indenizações entre outros aborrecimentos), concluo que aqueles que ingerem bebidas alcoólicas e/ou outras substâncias comprometedoras da sobriedade, mesmo dos abstêmios que buscam altas velocidades, em vias públicas, como hobby, exteriorizando seus problemas psicológicos ou psiquiátricos mal resolvidos, acham, no seu íntimo, que “isto é algo normal” e que dirigir assim “não tem o menor problema”.

Vejamos posicionamento de Elizeu Vilela Berbel: “…Louvo sua boa intenção em querer ajudar, todavia o que está sendo ventilado é utópico ou inoperante para os detentores do poder ou seja, seria mais uma ferramenta do homem do poder para oprimir os necessitados(…)Será que o nobre interlocutor ainda não percebeu que os homens que detém o poder no Brasil estão acima de qualquer paradigma?(…)O que é preciso é renovar a mentalidade maldosa e tacanha do brasileiro. É necessário restabelecer a ordem nas escolas, permitindo que o professor resgate aquela autoridade de nossos tempos, ainda que tenha que colocar aluno ajoelhado, é necessário que os jovens voltem a ver a polícia como um elemento de respeito, é necessário devolver aos pais aquela autoridade de impor aos filhos um respeito, ainda que sobre pressão ou castigo…”

De Carlos Augusto Pedrosa Lutterbach: “…Nós, inseguros brasileiros trabalhadores, também massacrados pela política fiscal, pelos bancos, estamos cansados de ver tanta injustiça(…)algo pode e deve ser feito…”

De Carlos Duchen: “…A educação do motorista, por exemplo, que deveria ser o foco, não o é, na medida em que as “auto-escolas” são as verdadeiras indústrias, máquinas de dinheiro, pouco importando a qualidade do motorista que formam (…) A ultra criminalização de condutas, a verdadeira perseguição do cidadão por um Estado que só é atuante onde lhe intere$a NÃO resolve problemas de trânsito, gera problemas sociais, porque quem não educa não pode punir, assim, as idéias apresentadas, com todo o respeito, são absolutamente desvirtuadas da realidade…”

Da advogada brasileira, residente na Alemanha, Alessandra Steola: “…Suas palavras alegram a minha alma e me fazem sentir um fio de esperança. Uma grande dose de energia para quem não tem mais esperança no povo brasileiro (com raras exceções). Não sou alemã, mas adotei a Alemanha como minha pátria de coração. Ah, se soubessem como aqui na Alemanha é dificil ter e manter uma carteira de motorista e com que facilidade se perde ela, e como ela custa caríssimo se a perdemos para o orgão similar ao “Detran” do Brasil (Prefeitura -Rathaus)…”

Agradecendo as incontáveis opiniões, ressalto que enquanto discutimos o assunto, as cifras negras se avolumam: No Brasil, todos os dias, trinta pessoas morrem no local do acidente de trânsito e outras trinta a caminho do hospital. A solução para tudo está na educação (escolas, famílias e religiões), mas isto demorará perto de vinte anos para surtir efeitos (60 mortes/dia X 7.200 dias = 432.000 pessoas mortas?) e não podemos apenas contemplar, de braços cruzados, os motoristas barbeiros (verdugos) e seus milhares de candidatos a cadáveres, investindo apenas em educação… Quando fazemos algumas propostas, temos em mente os homicidas do volante! E a Justiça que avalie caso a caso.

Elias Mattar Assad é ex-presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas. eliasmattarassad@yahoo.com.br

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