Dinheiro do bom

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é de guardar rancor, mesmo com os aliados que o deixaram na mão. Os ex-deputados Valdemar da Costa Neto (PL-SP) e Severino Cavalcanti, figuras notórias do enxovalhamento da ética na política, ambos em pré-campanha para voltar à Câmara dos Deputados, tiveram a supina honra de ver a execução de suas emendas orçamentárias, respectivamente, de R$ 1,16 milhão e R$ 250 mil.

Dinheiro do bom, creditado diretamente na conta das prefeituras para a aquisição de ambulâncias e a equipagem de postos de saúde, além da construção de creches, quadras esportivas e pequenas estradas rurais, entre outras obras que rendem muitíssimos votos.

Não é estranho o acontecimento, pois afinal sempre é assim em ano eleitoral por mais que se tente tapar o sol com peneira. No início do ano o presidente reclamava horrores do Congresso pela não-aprovação do Orçamento. Hoje se sabe que Lula gastou quatro vezes mais entre janeiro e abril, na execução de emendas de parlamentares ao Orçamento que no período igual do ano passado. E sequer precisou do Orçamento aprovado.

A lógica eleitoral fica cristalina ao se perceber que dos R$ 123,7 milhões em emendas executadas (dinheiro liberado) nos primeiros quatro meses do ano, a média individual chegou a R$ 365 mil para os deputados do PT e R$ 74 mil para os do PSDB. O Correio Braziliense explanou que em termos de governo e oposição a média foi a seguinte: R$ 272 mil para governistas e R$ 116 mil para oposicionistas. Na sagrada benesse das emendas eleitorais a base levou R$ 100 milhões e a oposição, esquálidos R$ 23,5 milhões.

O presidente aposta todas as fichas na adesão do PMDB à sua candidatura para liquidar a eleição no primeiro turno, não se engambela nem com pesquisas favoráveis e, por cima, promete repetir o ?Lulinha paz e amor? de 2002. Quem viver, verá…

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo