A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse hoje que diante de uma inflação de 3,14% em 2006, há uma expectativa "bastante positiva" para a queda da taxa básica de juros (Selic) já agora em janeiro. Para a ministra, a cobrança em público do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para a redução da taxa Selic, durante a apresentação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ontem, foi em tom de brincadeira.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne hoje e amanhã para decidir sobre a taxa de juros básica da economia (Selic), que atualmente está em 13,25% ao ano. É a primeira reunião de 2007 que vai discutir a condução da política monetária no segundo mandato do presidente Lula.
Em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, a ministra negou que tenha faltado no PAC uma ação mais firme na área fiscal. "O governo já demonstrou que ele é adepto do gradualismo. O governo não acredita em uma manobra maior e explosiva de corte linear e política agressiva, que não leva a uma sustentabilidade. O que estamos propondo são regras de crescimento", afirmou. Segundo a ministra, todo o processo de ajuste que foi feito nos últimos quatro anos, exige agora uma sinalização, uma referência daqui para a frente, de crescimento.
Ela citou como exemplo o salário do funcionalismo que não tinha uma política salarial definida e agora terá uma proposta de reajuste real. "Essa é uma regra absolutamente consistente, com uma redução proporcional das despesas em relação ao PIB e ao mesmo tempo tem a capacidade de assegurar ganhos para o funcionário", afirmou. "Não se trata de uma proposta demagógica" acrescentou.
