Em entrevista hoje à rádio CBN, a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou que a política de privatização esteja no programa de um possível segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a rádio, uma reportagem publicada pelo jornal "O Globo" mostra que o plano de transportes do PT prevê parcerias com a iniciativa privada nas estradas do País. Dilma explicou que muitas pessoas confundem privatização com Parceira Público Privadas (PPPs) e concessões.
"Privatização é venda de patrimônio já constituído. Agora, pegar um projeto e colocar para licitação, isso o governo do presidente Lula é a favor e praticou. Não pegamos patrimônios constituídos ao longo de anos e anos e vendemos", esclareceu.
A ministra afirmou ainda que o processo de privatização é inerente ao "choque de gestão" que o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) promete promover no governo federal, se for eleito. "Alckmin dizia que a gente estava mentindo que ele não iria privatizar. A dedução de que eles iriam privatizar é de que está intrínseco à concepção de choque de gestão praticada pelo PSDB ao longo dos anos a questão da privatização. Como se faz o choque de gestão? Privatiza e com o dinheiro da privatização paga a dívida", afirmou.
Dilma disse também que ficou surpresa com o segundo turno nas eleições presidenciais. Para ela, a possível vitória de Lula no primeiro turno foi inviabilizada pelo escândalo do dossiê e pelo tratamento dado ao caso pela mídia. "Acredito que a situação não é confortável porque ainda não houve eleição. A gente só pode contar com o resultado da eleição na hora que o último voto for colocado na urna e os votos forem contados", avaliou.
A ministra fez ainda uma avaliação "positiva" da campanha no segundo turno. "Teve um grande mérito de deixar mais claro para a população quais são os projetos. A participação nos debates e a discussão mais concentrada nos dois projetos esclareceu pontos fortes, como a proposta de Lula, comprometida com o crescimento econômico e a distribuição de renda", concluiu.