A Reunião de Cúpula do Mercosul, que será realizada hoje em Ouro Preto (MG), é considerada histórica. Para o ministro Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência da República, durante a reunião, que começa às 10 horas, devem ser superadas dificuldades e buscado um acordo benéfico ao bloco econômico.
A reunião marca os 10 anos de criação do Mercosul. Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estão em Ouro Preto Nicanor Duarte Frutos, do Paraguai; Jorge Battle, atual presidente do Uruguai, e o eleito Tabaré Vasquez; Nestor Kirchner, da Argentina; Carlos Mesa, da Bolívia; Alberto Toledo, do Peru; Hugo Chavez, da Venezuela; e Martin Torrijo, do Panamá. Participam também da reunião vários ministros desses países.
Segundo Luiz Dulci, o presidente Lula acredita que o futuro dos países da América do Sul deve ser construído coletivamente e que já não existe mais lugar no mundo de hoje para caminhos exclusivistas.
O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, destacou que o encontro de presidentes do Mercosul mostra como o comércio tem crescido na região. Segundo Garcia, além do livre comércio, o bloco se consolida como área de integração social, política e econômica.
Marco Aurélio Garcia informou que o Brasil propôs à Argentina financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às indústrias daquele país em lugar de salvaguardas aos produtos brasileiros. Ele disse que um acordo como esse foi firmado nesta quinta-feira (16) com o Paraguai.
Garcia acrescentou que a maior prova de que o Mercosul está dando certo é a entrada de novos associados, como Venezuela, Equador e Colômbia na última quarta-feira (15). Segundo o assessor, o Mercosul desperta o interesse de outros países que enviaram representantes à reunião de Ouro Preto, entre eles a India, o Canadá, países da África e da América Central.
O presidente da Venezuela, Hugo Chavez, chegou ontem a Ouro Preto procedente de Cuba. Ele informou ter conversado com o presidente cubano Fidel Castro sobre a possibilidade de integração entre o país, a Venezuela e o Brasil. Nessa integração, segundo Chavez, Cuba exportaria níquel, a Venezuela carvão e o Brasil aço. "Formando assim uma potência de inoxidável, colocando mais vallor agregado à matéria-prima. Essa é a diferença de uma economia desenvolvida", afirmou o presidente venezuelano.
![Grupos de WhatsApp da Tribuna](/resources/images/blocks/whatsapp-groups/logo-whatsapp.png)