Diego Hypólito tenta executar neste sábado (17) pela primeira vez em público o movimento "Hypólito II" na prova de solo – um duplo twist carpado com pirueta no segundo mortal. Além do solo, o brasileiro competirá em outros dois aparelhos, salto e argolas, na etapa de Paris, a primeira da temporada da Copa do Mundo de Ginástica Artística. Os oito melhores em cada aparelho avançam à final.
Além de Diego, o Brasil será representado por Caio Costa, Victor Rosa, Mosiah Rodrigues, Jade Barbosa e Juliana Chaves. Hoje, haverá as eliminatórias de todos os aparelhos. Amanhã, as finais com transmissão do SporTV, a partir das 6h30 (de Brasília).
A nova acrobacia de Diego é muito parecida com a que foi executada por ele na Super Final da Copa do Mundo, em dezembro, em São Paulo quando o ‘Hypólito’ atingiu o grau máximo de dificuldade e foi homologado no Código da Federação Internacional de Ginástica (FIG) – e lhe rendeu a medalha de ouro na prova. "É quase o mesmo movimento, só que com as pernas flexionadas", disse o brasileiro, que terá pela frente o romeno Marian Dragulescu, campeão mundial no aparelho – Diego é vice.
Diego já vem treinando o novo elemento há algum tempo e resolveu apresentá-lo em Paris por medo que outros ginastas copiem o salto inédito. Na Super Final, realizada no ginásio do Ibirapuera, Dragulescu desistiu de competir no solo, em razão de uma lesão na panturrilha direita. E ficou com o ouro no salto sobre o cavalo, prova que Diego foi prata. Além de Dragulescu, outros dois fortes concorrentes do brasileiro em Paris são os canadenses Kyle Shewfelt, campeão olímpico no solo, e Brandon O’Neill, vice-campeão mundial em 2005, prova em que Diego foi campeão.
O brasileiro espera também chegar à final do salto, onde apresentará a mesma série da Super Final, com um salto dificílimo, chamado ‘reversão duplo mortal’, que é uma parada de mão, com duas rotações de 360 graus para frente. O favorito na prova é o romeno Dragulescu.
Já nas argolas, Diego terá sua primeira experiência em Copas do Mundo. Ele vem treinando os seis aparelhos (solo, salto, argolas cavalo com alças, barra fixa e paralelas) de olho nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em julho, e o Mundial na Alemanha, em setembro, seletiva para a Olimpíada de Pequim. Ele quer se aprimorar em cada aparelho para ajudar o Brasil por equipes.
Para Eliane Martins, supervisora de seleções, Diego só não vence no solo se errar. "Hoje (ontem), assisti ao treino dele. Foi bem. Esse movimento (Hypólito II) é mais fácil que o outro. Só não pode cometer deslizes", acredita.
Na mesma prova, Eliane ainda destaca Victor Rosa, prata por equipes no Pan de Santo Domingo. "O Vitinho tem uma série difícil no solo. Tem chances de ir à final." Já no cavalo com alças e barra fixa, Mosiah Rodrigues, único representante do Brasil no masculino na Olimpíada de Atenas/2004, também tem chance de avançar.
Entre as garotas, Jade Barbosa, uma das ginastas mais completas do País, é o destaque em sua primeira participação em uma competição internacional de peso. Só agora atingiu 16 anos, idade mínima para a competição. "A Jade é uma menina talentosa, tem o mesmo nível técnico das ginastas da Copa do Mundo", aposta Eliane. A preocupação da dirigente é apenas com o lado emocional da atleta. "Ela não tem obrigação com resultado. O importante é ganhar experiência para chegar tranqüila ao Mundial." Jade competirá nos quatro aparelhos.
Juliana Santos só não fará a prova de salto. E não carrega o peso da estréia. Competiu na Copa do Mundo da Bélgica e no Mundial da Dinamarca, no ano passado.
