São Paulo – De janeiro a junho deste ano foram feitas 193 greves em todo o Brasil, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (23) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese). As paralisações provocaram a interrupção da produção brasileira em 15 mil horas.

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De acordo com o levantamento, a maioria das greves ocorreu no setor público, responsável por 113 greves (59% do total), com 87% do total de horas paradas. No setor privado, ocorreram 79 paralisações (41% do total), correspondendo a 13% do total de horas paradas. A maioria das greves no setor público foi protagonizada por funcionários públicos estaduais (24%), seguida por municipais (17%) e federais (12%). Outros 5% correspondem a trabalhadores de empresas estatais.

No setor privado, os empregados do setor de serviços lideraram as greves (43 paralisações), seguidos pelos trabalhadores da indústria (35). O levantamento não constatou nenhuma greve no setor do comércio e apenas uma dos trabalhadores rurais.

As greves do primeiro semestre deste ano repetiram a tendência registrada desde 2004, com maioria dos movimentos grevistas lutando por avanços nas condições de trabalho e de remuneração (72%). Em 48% das manifestações a motivação foi a defesa dos direitos trabalhistas já negociados anteriormente. Motivações de protesto foram responsáveis por 16% das manifestações.

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Em entrevista à Agência Brasil, o economista do Dieese, Ilmar Ferreira Silva, disse que não houve mudanças significativas no balanço deste ano em comparação com os anos de 2004 e 2005. ?Tanto a distribuição das greves quanto o número de grevistas envolvidos e as horas paradas mantém a proporção (dos dois anos anteriores)?.

Segundo ele, permanece também uma tendência observada nos anos anteriores sobre o objetivo da greve. ?(As greves) são em princípio de reivindicações e de caráter propositivo, o que significa greves levadas à frente por razões de novas conquistas, como o aumento de reajuste de salário?, afirmou.

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O reajuste salarial foi a principal reivindicação do trabalhador brasileiro, estando presente como motivação em 116 greves (60%).

De acordo com Silva, a região Sudeste liderou o número de greves com 45%, seguida pelo Nordeste, com 24%.