São Paulo – A educação foi vice-campeã no aumento de preços, nos últimos sete anos, só perdendo para a saúde. Pesquisa divulgada hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), revelou que os gastos com educação acumulam 91,92%, em sete anos, e as mensalidades escolares, isoladamente, 94,52%. No mesmo período, o Índice de Custo de Vida (ICV) geral acumula alta de 72,05%.
?Resolvemos pesquisar o histórico dos aumentos nas mensalidades depois da alta quase isolada do setor de educação no mês de janeiro. Passamos de um índice geral de 0,32% em dezembro para 1,46% no mês passado, puxado pela educação, que aumentou 9,13%,? destacou Cornélia Nogueira, coordenadora da pesquisa.
O ICV-Dieese tem como base inicial as pesquisas em julho de 1996, mas como as mensalidades costumam ser reajustadas só no começo do ano, o estudo adotou dados do mês de janeiro de 1997. Nesse período, só três grupos tiveram aumentos superiores ao índice geral: Saúde (147,80%); Transportes (89,98%) e Educação e Leitura (88,40%). A leitura compreende basicamente jornais e revistas.
Os gastos com educação representam 6,3% do orçamento doméstico. Desse total de gastos, 89% são com mensalidades e matrículas e 11% com bens ? livros, canetas, cadernos.
Segundo a coordenadora, a pesquisa foi feita inicialmente para verificar se o aumento das mensalidades de 10,12%, em janeiro de 2004, teria o objetivo de recuperar antigas perdas, uma vez que estava muito acima de qualquer previsão de inflação para este ano. Mas o resultado foi contrário.
Entre janeiro de 1997 e dezembro de 2003, a diferença entre o índice geral e as mensalidades já era de 7,61 pontos percentuais. ?Com essa gordura ainda para perder, maior do que qualquer previsão de inflação para este ano, esse reajuste nas mensalidades pode ser considerado abusivo?, advertiu Nogueira.
Dieese: custo com educação aumentou muito mais do que inflação
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