Na esteira da deflação dos preços agrícolas no atacado ao longo dos últimos dois meses e meio, a cesta básica teve seu valor reduzido em julho em 15 das 16 capitais em que o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica. A única cidade em que se verificou aumento no conjunto de alimentos básicos no mês passado foi Natal. Alta foi de 0,36% e elevou o custo da cesta para R$ 140,25.
Entre as principais quedas estão o arroz (10,29%) em Fortaleza, óleo de soja (14,29%) no Rio de Janeiro, açúcar (19 39%) em Aracajú; carne bovina (5,23%) em Brasília, e tomate (25 41%) em Goiânia. A maior redução, de 5,07%, foi percebida no preço da cesta básica de Aracaju e a menor, de 0,09%, em João Pessoa.
Em São Paulo o consumidor pagou 2,69% a menos pela cesta básica no mês passado. Ainda assim, a capital paulista se manteve como a cidade com a cesta básica mais cara do País. Para levar para casa a ração mínima essencial em julho, o trabalhador teve que desembolsar R$ 178,22, valor que representa 64,33% do salário mínimo líquido. Os menores valores foram apurados em Salvador (R$ 134,23) e Aracaju (R$ 139,92).
Salário ideal
Com base no valor da cesta básica em São Paulo, o maior entre as 16 capitais, o Dieese estima que o salário mínimo ideal seria de R$ 1.497,23. Este valor supera em 4,99 vezes o salário mínimo vigente, de R$ 300,00. Em junho, o piso salarial considerado ideal pelo Dieese era de R$ 1.538,56, ou 5,12 vezes o mínimo em vigor.
A jornada de trabalho necessária para a compra da cesta básica, na média das 16 capitais, voltou a cair em julho, segundo os técnicos do Dieese. Por isso, na média das capitais objetos da Pesquisa, a jornada de trabalho equivalente ao valor da cesta bási ca foi de 116 horas e 49 minutos ou três horas a menos que a jornada de julho.