Dezoito das 47 pessoas presas na Operação Navalha já estão soltas. A maioria delas recuperou a liberdade após prestar depoimento à ministra Eliana Calmon, que é a relatora do inquérito aberto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para apurar a existência de um esquema de fraudes em licitações públicas.
A libertação dos presos após os depoimentos já era esperada. Ao soltá-los, a ministra concluiu que eles tinham colaborado com as investigações. A expectativa é de que Eliana Calmon revogue todas as prisões após ouvir os suspeitos. Nesta terça-feira (22), a ministra determinou a liberação de Dennison de Luna Tenório, Enéas de Alencastro Neto, José Vieira Crispin, Márcio Fidelson Menezes e Adeilson Teixeira.
Os depoimentos no STJ devem terminar na quinta-feira. Depois deles, é provável que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, denuncie o grupo. Essa intenção de Souza foi revelada na semana passada pela Procuradoria Geral da República. Se a denúncia for aceita, será aberta uma ação penal no STJ e os suspeitos passarão a ser réus.
Além de Eliana Calmon, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, revogou a prisão de três investigados por suposto envolvimento com as fraudes. A última decisão, tomada nesta terça-feira por Mendes, beneficiou o empresário José Édson Vasconcellos Fontenelle. De acordo com a denúncia, Fontenelle teria colaborado para que o município baiano de Camaçari recebesse recursos do Ministério das Cidades para obras de urbanização da Gautama.