Menos de um em cada cinco iraquianos confiam nas forças estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos e estão mais divididos quanto à confiança depositada no governo do Iraque, revelou uma pesquisa publicada hoje. Os iraquianos estão cada vez mais pessimistas, segundo a pesquisa encomendada pela BBC, ABC, USA Today e pela emissora alemã de televisão ARD. Apenas 18% dos entrevistados confiam nas forças estrangeiras e 86% têm medo que algum de seus familiares ou amigos seja vítima da violência que aflige o país.

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A pesquisa vem à tona na véspera do quarto aniversário da invasão do Iraque por forças estrangeiras lideradas pelos EUA em busca de armas de destruição em massa que nunca vieram a ser encontradas.

A sondagem também mostrou que os iraquianos não gostariam de ver o país dividido em linhas sectárias. Entretanto, o Iraque parece estar cada vez mais polarizado entre xiitas e sunitas – com os sunitas aparentando mais pessimismo. O pessimismo é mais evidente na região central do Iraque, que inclui Bagdá. Os sunitas são mais numerosos na área.

O instituto D3 Systems, especializado na realização de pesquisas em regiões de conflito, ouviu mais de dois mil iraquianos entre 25 de fevereiro e 5 de março. A margem de erro não foi divulgada mas costuma ser de três pontos porcentuais para mais ou para menos em amostras desse tamanho.

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Entre outros aspectos, a pesquisa constatou que o número de iraquianos que acham que a vida é melhor hoje despencou de 71% em novembro de 2005 para 39%. Aproximadamente três em cada quatro iraquianos dizem sentir raiva, depressão e dificuldade de concentração. Mais da metade dos iraquianos evita sair de casa, ir ao mercado, freqüentar lugares movimentados ou passar perto de postos militares.

Cinqüenta e um por cento dos iraquianos consideram justificável a violência contra soldados americanos, bem acima dos 17% do início de 2004. Entre os árabes sunitas, a proporção chega a 90%. O número de pessoas que se sentem seguras na comunidade onde vivem desabou de 63% em novembro de 2005 para 23% hoje. O motivo mais citado pelos entrevistados para essas opiniões é a persistente violência que toma conta do Iraque desde a invasão americana.

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