São Paulo (AE) – Trabalhadores da Volkswagen decidiram hoje manter a greve que paralisa as atividades de quatro fábricas do grupo no País e contabiliza perdas de produção, até agora, de 9,5 mil carros e de 6 mil motores. Os metalúrgicos recusaram nova oferta da montadora de pagamento de R$ 5 mil em forma de participação nos lucros e resultados e insistem no valor de R$ 5,5 mil.
Estão em greve 18 mil funcionários das fábricas de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, parados há uma semana, e de São Carlos e Taubaté (SP), que aderiram depois ao movimento. A unidade de São José dos Pinhais (PR), onde não há greve, teve a produção suspensa por falta de peças. Os motores do Fox e do Golf produzidos naquela fábrica são fornecidos por Taubaté. A única filial em operação é a de caminhões em Resende (RJ).
O coordenador do Comitê de Trabalhadores da Volks, Wagner Santana, disse que a proposta é enganosa, pois o valor de R$ 5 mil só seria pago se a produção atingisse 212 mil veículos este ano. "Esse número é impossível de atingir. O máximo que se pode chegar é 202 mil a 206 mil unidades, o que resultaria em PLR de R$ 4,75 mil."
"Fazendo greve eles nunca vão se aproximar da meta", rebateu o gerente de Relações Trabalhistas Nilton Junior. Ele argumentou que em 2004 a produção na Anchieta foi de 214 mil unidades. Segundo Nilton, a oferta é o máximo que a Volks pode oferecer. "Vamos trabalhar no esclarecimento dos funcionários para que reflitam melhor e entendam que ela é vantajosa." Ele espera bom senso dos sindicalistas para não barrarem o acesso à fábrica. Na assembléia realizada hoje à tarde, Santana recomendou aos empregados que só retornem segunda-feira, às 8h, para nova assembléia.
Em São José dos Campos, a General Motors, que afirma ter 600 excedentes, deu garantia de emprego aos 10,5 mil funcionários até dezembro, exceto aos aposentados. Para eles, há um programa de demissão voluntária.