A exposição fotográfica "Marias de Curitiba", que ocupa o Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba (Masac) a partir deste domingo (13), registra a devoção da cidade à Virgem Maria. Estão reunidos trabalhos do fotógrafo Fernando Augusto, realizados em 1994 e pertencentes ao acervo da Casa da Memória, uma das unidades da Fundação Cultural de Curitiba. A mostra, com imagens de igrejas e paróquias curitibanas que homenageiam muitas das representações de Nossa Senhora, integra as comemorações dos 312 anos de Curitiba e pode ser apreciada até o dia 12 de junho.

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Ao longo dos séculos, fortaleceu-se no Ocidente o culto à Mãe de Jesus. As centenas de invocações têm origens distintas, abrangendo a própria liturgia católica, como Nossa Senhora da Assunção, a cultura popular, como Nossa Senhora do Bom Parto, e o local de origem do culto, como Nossa Senhora de Fátima. Em Curitiba, muitas dessas representações foram adotadas nas igrejas erguidas no século XX. A mostra "Marias de Curitiba" privilegia paróquias de bairros mais novos, resultantes da grande expansão urbana ocorrida a partir da década de 1960.

Estampadas em painéis, estão fotos de sete paróquias, com trabalhos que registram Nossa Senhora das Graças, da Paróquia de Nossa Senhora das Graças e Santa Gema Galgani, instituída em 16 de novembro de 1965, na Barreirinha, sob os cuidados dos padres Vicentinos. Da Cidade Industrial de Curitiba, destacam-se Nossa Senhora da Luz, da igreja da Vila de Nossa Senhora da Luz, criada em 11 de fevereiro de 1968 e atendida pelos padres Capuchinhos, além de Nossa Senhora da Cabeça, da Paróquia de Nossa Senhora da Cabeça, fundada em 28 de fevereiro de 1986 e administrada pelos padres da Ordem de Santo Agostinho.

A Vila Fany tem Nossa Senhora da Conceição, com a paróquia sob os cuidados dos padres Carmelitas. No Boqueirão, Nossa Senhora da Paz, padroeira da paróquia de mesmo nome e confiada aos padres Jesuítas, foi abençoada em 18 de março de 1983. Também no Boqueirão está a igreja de Nossa Senhora do Carmo, criada em 15 de agosto de 1954, quando uma capela provisória servia de matriz.

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A exposição completa-se com fotos da imagem de Nossa Senhora das Mercês, pertencente à igreja das Mercês, no bairro de mesmo nome, cuja construção é de 1929. A imagem foi coroada em 24 de setembro de 1933, quando ainda não existia a Paróquia de Nossa Senhoras das Mercês, criada em 1951 por iniciativa dos padres Capuchinhos.

História de devoção

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A devoção à Maria foi trazida pelos colonizadores portugueses e remete à fundação da Vila de Curitiba, no século XVII. Segundo a lenda, no primeiro núcleo de povoação, a Vilinha, a imagem da Virgem amanhecia com o olhar voltado para os Campos de Curitiba. Os colonizadores seguiram a indicação e, em local determinado pelo cacique Tindiqüera, da tribo Tingüi, reinstalaram o povoado, erguendo uma capela dedicada a Nossa Senhora da Luz, onde hoje está a Praça Tiradentes.

A primeira imagem de Nossa Senhora da Luz, possivelmente do século XVI, em terracota, apresenta vestígios de tinta vermelha no manto que envolve a cabeça. Ela ocupou o altar principal da primitiva igreja, permanecendo também na que foi construída no início do século XVIII. Desde 1902, a imagem integra o acervo do Museu Paranaense.

Vinda de Portugal, uma nova imagem em terracota policromada de Nossa Senhora da Luz substituiu a antiga. Entronizada em novembro de 1720, em cerimônia acompanhada pelos moradores da Vila, ela resistiu ao tempo e hoje pertence ao acervo do Masac. Não há registro de quando foi substituída pela imagem atual da padroeira da cidade, que ocupa o altar-mor da Catedral de Curitiba. Confeccionada em pinho de Riga, segundo os padrões iconográficos marianos, sabe-se que já aparecia nos estandartes da procissão de 8 de setembro de 1889.

Serviço
Masac – Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba
(Largo da Ordem – anexo à Igreja da Ordem – Setor Histórico)
Exposição fotográfica "Marias de Curitiba"
De 13 de março a 12 de junho de 2005
Horário de visitas: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h, e aos sábados e domingos, das 9h às 14h
A entrada é franca