A dívida líquida do setor público atingiu R$ 946,669 bilhões no mês de maio, comprometendo 56,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Houve aumento significativo de R$ 20,271 bilhões no mês, comparado à dívida contabilizada no mês anterior, de R$ 926,398 bilhões (56,5% do PIB).

É o que revela o relatório mensal sobre Política Fiscal divulgado hoje pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. Ele disse que a desvalorização cambial de 6,26% em maio foi determinante para o crescimento da dívida, pois contribuiu com R$ 4,2 bilhões relativos à dívida mobiliária interna indexada ao dólar e mais R$ 10,4 bilhões por serviços da dívida externa.

Altamir ressaltou, no entanto, que no acumulado do ano houve “redução significativa do endividamento na comparação com o PIB”, cuja relação era de 58,7% em dezembro do ano passado – queda de 1,93 ponto percentual – que contribuiu para reduzir as necessidades de financiamento e reflete, segundo ele, a responsabilidade fiscal do governo.

Exemplo desse bom comportamento, acrescentou, foi o superávit primário de R$ 5,839 bilhões no mês passado (melhor resultado consolidado da história para maio). Com isso, o saldo janeiro-maio soma R$ 38,268 bilhões (5,87% do PIB), superando a meta de superávit primário para o primeiro semestre.

O economista do BC afirmou que a dívida bruta do país (incluindo estados e municípios) totalizou R$ 1,273 trilhão, o que equivale a 76,4% do PIB. Houve aumento nominal em relação à dívida de abril, de R$ 1,270 trilhão (77,4% do PIB), mas caiu na comparação com os R$ 1,274 trilhão (78,9% do PIB) de março, devido a resgates da dívida externa em abril (R$ 14,9 bilhões) e da dívida mobiliária em maio (R$ 31,6 bilhões).

De acordo com relatório do BC, a dívida mobiliária federal fora do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, totalizou R$ 748,4 bilhões, ou 44,9% do PIB, com redução de R$ 19,3 bilhões em relação ao total registrado em abril.
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