A taxa de desmatamento na Amazônia deverá se manter em queda no período 2005-2006, segundo estimativas anunciadas nesta terça-feira (05) pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Os números do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), projetam tendência de queda de cerca de 11% sobre o período anterior.

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Entre setembro de 2005 e agosto de 2006, os dados indicam uma área desmatada de 10.943 quilômetros quadrados, sobre 12.318 quilômetros quadrados no mesmo período entre 2004 e 2005. A estimativa para o ano todo ainda terá de ser confirmada pelo Prodes/Inpe no final de 2006. O sistema Prodes utiliza imagens com maior precisão.

A ministra também divulgou o resultado do desmatamento na Amazônia no período 2004-2005, segundo o Prodes. Os números confirmam a queda de 31% divulgada provisoriamente em dezembro do ano passado. Os dados consolidados pelo Prodes em setembro de 2006 são ligeiramente inferiores aos divulgados no ano passado, passando de uma área desmatada de 18.900 quilômetros quadrados para 18.790 quilômetros quadrados. O trabalho do sistema foi baseado em 211 imagens Landsat, 78 imagens Cbers e 23 imagens DMC.

Para a ministra Marina Silva, a taxa é altamente significativa, pois é a primeira grande queda em nove anos. "Estamos agora, mais uma vez, com uma tendência de queda, mas mostrando que não é episódica, como vinha acontecendo ao longo de muitos anos. O resultado demonstra uma situação de governança, de ação conjunta de comando e controle, envolvendo vários órgãos do governo", afirmou Marina Silva, segundo nota divulgada pelo ministério.

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"Teremos dois anos consecutivos de taxas abaixo de 20 mil quilômetros quadrados, voltando ao patamar da segunda metade da década de 1990", afirmou o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, ainda de acordo com o ministério.

Em 2005, os estados do Maranhão e do Tocantins apresentaram crescimento no ritmo do desmatamento. Para 2006, as estimativas indicam maior crescimento do desmatamento nos estados do Pará, Amazonas, Acre, Maranhão, Tocantins e Roraima. Mato Grosso mantém a redução, em 2006, de 34%, porém ainda lidera em áreas devastadas. O Pará apresentou aumento do desmatamento de 50%, em 2006. Dos 20 municípios com maiores índices de desmatamento em 2005, 14 apresentam redução em 2006.

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