Brasília ? A pesquisa Crescimento Pro-Pobre: O Paradoxo Brasileiro, divulgada nesta semana pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), indica que os resultados de 2005 apontam queda na desigualdade social no país em menor intensidade que em 2004, quando a renda dos segmentos mais pobres da sociedade chegou a crescer 14% frente à elevação de 3,6% na renda dos mais ricos.
"Com base em dados de 2005 já disponíveis, como os da Pesquisa Mensal de Emprego, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, estima-se que a desigualdade da renda do trabalho continuará caindo, embora em taxa decrescente", disse o chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, Marcelo Néri, um dos responsáveis pelo trabalho. "Os pobres, que ganharam bastante nos primeiros anos desta década, principalmente em 2004, estarão ganhando um pouco menos em 2005, embora a sua parcela no bolo continue crescendo".
Ele estima que os 10% mais ricos do país continuarão tendo redução na sua fatia da renda. "Agora é chegado o momento de a classe média recuperar uma parte do que perdeu nos últimos anos", afirmou Néri.
Segundo ele, os estudos indicam que 2006 será um ano melhor que 2005, talvez melhor que 2004. "O ano vai ser muito bom nas estatísticas sociais, não tenho dúvida disso".