A operação tapa-buracos que o DNIT começou ontem em 25 estados, e não poderia ser de outra forma, foi recebida com inteiro desagrado por gregos e goianos. Na verdade, o açodamento tardio e quase no limite do desespero desbastou o governo de sua última camada de convencimento público, por ter atacado com escandalosa defasagem um problema administrativo crônico.

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Quem entende do assunto, e não precisa ser gênio, afirma que apenas tapar buracos em rodovias praticamente destruídas é fazer uma despesa temerária, alem de aplicar um paliativo de curta duração, autêntica maquiagem que logo voltará a sofrer os efeitos do tráfego pesado e da instabilidade climática.

Portanto, se o governo pretende impressionar o grande número de brasileiros que estará viajando pelas estradas incluídas na operação, afinal é temporada de férias, o tiro poderá sair pela culatra, pois não é de bom tom varrer a sala enquanto se recepciona um visitante.

Exemplo da desídia do governo com suas obrigações, temos lembrado, é a ponte sobre a represa Capivari-Cachoeira, numa das rodovias mais importantes para a economia do País, a BR-116: ela desabou em dezembro do ano passado, mas até agora o DNIT não teve capacidade de reconstruir a parte avariada.

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O saldo apresentando pelo governo à sociedade é ínfimo, porquanto uma operação tapa-buracos nada é diante das quimeras prometidas há três anos.