O desfile das escolas de samba campeãs de São Paulo terminou por volta das seis horas da manhã deste sábado (24). A campeã do grupo especial, Mocidade Alegre, foi a última a entrar no Anhembi.
O desfile teve como destaque o gesto do casal de mestre-sala e porta-bandeira da Mancha Verde, formado por Silveria Nunes e Vander Porphirio. Abrindo a apresentação da Gaviões da Fiel, Silveria carregava o pavilhão da Mancha (com direito ao escudo do Palmeiras).
O pacto de paz entre corintianos e palmeirenses foi selado quando o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Gaviões da Fiel, representado por Gislene Matos e Dorival Machado, repetiu o gesto de boa vontade.
Segundo as polícias Civil e Militar, o desfile das campeãs, com a presença dos arquivais, não teve nenhuma ocorrência grave. Os 650 homens deslocados, mesmo efetivo do fim de semana passado, estavam com a atenção redobrada por causa das escolas ligadas a torcidas de futebol. Foram quase 32 mil espectadores no Anhembi. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, estiveram presentes.
Com esta atitude, as diretorias da Mancha e da Gaviões deixarem claro que no Carnaval de 2008 querem disputar o título do Grupo Especial – nenhuma das duas agremiações vai aceitar desfilar pelo grupo das escolas esportivas. A Gaviões já possui uma liminar contra a Liga das Escolas de samba, a Mancha deve seguir o mesmo caminho.
A terceira a entrar na avenida foi a Império da Casa Verde, que desfilou com dois carros a menos. A pedido do presidente da agremiação, Junior Marques, o seu casal de mestre-sala e porta-bandeira foi para frente da escola. ?Vocês serão os nossos homenageados dessa noite?, disse.
Os dois não conseguiam segurar a emoção e caíram no choro. Durante os últimos dias correu um boato que o casal seria substituído porque receberam duas notas 9,75 na apuração da última terça-feira.
A Águia de Ouro, quarta escola a desfilar, trouxe o seu melhor. Todos os carros estavam inteiros, as fantasias também. O show ficou por conta da bateria da escola.
Ato político
A Vai-Vai transformou o seu desfile em um ato político. Logo no carro abre-alas, um painel luminoso pedia ao prefeito Gilberto Kassab o fim da lei batizada de ?Cidade Limpa??Muitos profissionais da Vai-Vai trabalham com mídia externa. Eles querem conversar com o prefeito para o abrandamento da lei", disse o presidente da agremiação, Thobias da Vai-Vai.
Ao término do desfile, o presidente da São Paulo Turismo (SPTuris), Caio Luiz de Carvalho, declarou que a Vai-Vai teria sido usada por uma empresa de mídia. Para Carvalho, a manifestação foi ?desleal?. ?A escola foi tão usada que a mensagem contra a lei Cidade Limpa contradizia aquilo que o próprio enredo da escola pregava, a preservação ambiental?, disse.
Unidos da Vila Maria e a Mocidade Alegre fizeram desfiles empolgantes. As duas justificaram as respectivas colocações no Carnaval Paulista, segundo e primeiro lugar, respectivamente.
Depois que a Mocidade encerrou o seu desfile, o bloco ?O Que Restou de Nós? tomou a avenida. O bloco foi formado por todos aqueles que trabalharam, de alguma forma, no carnaval. Funcionários do Anhembi, faxineiros, jornalistas e seguranças participaram da brincadeira.