Mais de 80 mil pessoas lotaram a Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico, em Curitiba, para prestigiar o desfile cívico-militar em homenagem aos 183 anos da Independência do Brasil, nesta quarta-feira (7). O governador Roberto Requião fez questão de ressaltar que patriotismo é, ?acima de tudo, solidariedade?. ?Ser nacionalista é saber que só seremos melhores quando todos os brasileiros viverem melhor. Ser nacionalista em Curitiba, por exemplo, é saber que teremos um sistema de saúde bom, quando for bom para todos, sem distinção entre serviço público ou particular?, disse.
O desfile teve início com a passagem de escolas públicas estaduais e municipais, com a participação de mais de 5 mil alunos, acompanhados por bandas marciais. ?Isso demonstra que a independência é de todos e deve ser comemorada para que se tenha o civismo como valor importante por toda a vida?, afirmou o tenente-coronel Jorge Luiz Serpa, chefe da Comunicação Social da 5.ª Região Militar da 5.ª Divisão de Exército. ?Por mais de três horas vimos a população expressar entusiasmo em nome da Pátria. Isso é civismo?, comentou o secretário-chefe da Casa Militar, major Anselmo José de Oliveira.
Entre estudantes e representantes de entidades como a Legião da Boa Vontade, que presta serviços assistenciais à população pobre, o desfile cívico reuniu de mais de 8 mil pessoas, entre elas os participantes do Festival de Arte da Rede Estudantil ? Fera. Fechando o desfile cívico, atletas que estão em Curitiba para participar do Mundial de Atletismo do Trabalhador, realizado pela primeira vez no Brasil, renderam homenagens ao País. As delegações fizeram coreografias saudando o público e as autoridades. Entre os mais animados estavam os franceses, suíços e austríacos, mas a equipe brasileira que disputará os jogos também deixou sua marca entoando: ?sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor?. À frente das delegações desfilou o medalhista olímpico Robson Caetano.
Militar
O desfile militar foi aberto com os grupamentos escolares de ensino do Exército Brasileiro e da Polícia Militar do Paraná. Desfilaram os cadetes da Academia Policial Militar do Guatupê, os alunos do Colégio da Polícia Militar e do Colégio Militar de Curitiba, além do Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército Brasileiro. Em seguida, passaram pela Avenida Cândido de Abreu os grupamentos a pé das Forças Armadas, da Polícia Militar e os pelotões da Guarda Municipal de Curitiba. Um grupamento de policiais militares e bombeiros da reserva remunerada e outro com as alunas da primeira turma do curso de formação de soldados do Corpo de Bombeiros também passaram pela avenida.
No desfile motorizado o que mais chamou a atenção do público foram os blindados do Exército, com os tanques de guerra, as viaturas de transporte de tropa e de equipamentos. As viaturas da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros passaram com as sirenes ligadas. Pela primeira vez, aeronaves da Força Verde e da Força Aérea Brasileira sobrevoaram a avenida durante a passagem da tropa em terra. Entre as viaturas e equipamentos do Corpo de Bombeiros, destaque para a auto-escada-mecânica, o auto-químico e a lancha ambulância, comprada este ano para atender as comunidades das ilhas do litoral paranaense. Fechando o desfile militar, passou pela avenida o Regimento de Polícia Montada Coronel Dulcídio, com a cavalaria.
Excluídos
Após o desfile militar o público ainda acompanhou a passagem do Colégio Estadual Júlia Wanderlei e de grupos intitulados excluídos que protestaram contra a corrupção e contra os desmandos da política brasileira atual. Um dos grupos era o do Movimento Sem Terra. Com faixas e cartazes eles pararam na frente do palanque das autoridades e, pacificamente, criticaram os políticos lembrando as Comissões Parlamentares de Inquérito que estão investigando, no Congresso Nacional, as denúncias de pagamento de deputados para votação favorável ao governo. ?Esta é uma manifestação feita com o apoio do governo. Se eles tivessem nos procurado antes, teriam integrado o desfile cívico?, disse o governador Roberto Requião.