Desenvolvimento é a palavra

Como não poderia deixar de ser, o próprio presidente foi o primeiro a reconhecer e abrir o debate: o tema que está acima de todos é o desenvolvimento. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) já a partir do próximo ano é meta prioritária do governo, não estando errados os que alimentam a suposição de uma corrida contra o tempo cheia de ameaças e percalços ainda mais perigosos.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que o governo não possui projeto definido e consensual, ou seja, uma plataforma estribada no pensamento lógico-acadêmico dos vários setores da administração federal, sinalizando com clareza o ponto de partida e o destino pretendido.

O exemplo recolhido até o presente mostra uma ação descontinuada dos órgãos governamentais, falha não apenas restrita ao primeiro governo Lula, mas fruto de uma série infinda de medidas pontuais tomadas ao arrepio das circunstâncias e de efeitos passageiros. Por isso, a urgência quase desesperada de Lula passou a ser o desenvolvimento do País, até mesmo por constatar quão rápida é a passagem do tempo e a enormidade do vazio administrativo, que tende a aumentar.

A indústria precisa crescer e, graças aos bons ventos percebidos pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), segundo anota a CartaCapital desta semana, ?a indústria tem flexibilidade para aumentar a oferta a curto e médio prazo, lançando mão da capacidade ociosa ou fazendo pequenos ajustes organizacionais?. Contudo, o economista-chefe do Iedi, Edgard Pereira, adverte: ?A questão é como manter o ritmo do crescimento sustentado por anos?.

Segundo o IBGE, a produção industrial cresceu apenas 2,7% entre janeiro e setembro e, ainda assim, repontou o Iedi, os setores mais dinâmicos foram os de capital intensivo, os que demandam escassa mão-de-obra, como o refino de petróleo, metalurgia básica e indústria extrativa.

Ponto comum na maioria das prospecções sobre o futuro da economia é o câmbio não competitivo, principal obstáculo à expansão dos investimentos. Os empresários querem um sinal objetivo de que a política de câmbio não será um empecilho. E o único que pode dar a resposta é o governo. Eis a questão.

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