Em entrevistas a rádios nordestinas na manhã desta sexta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre os projetos a que pretende dar continuidade na região nordestina caso seja reeleito. Disse querer mais um mandato porque deseja entrar para a história como "o presidente que apagou o último candeeiro do Brasil", levando luz elétrica para todos os brasileiros. "Agora ou vai ou racha o desenvolvimento do Nordeste, como diz o nordestino", afirmou.
Com relação aos investimentos que pretende fazer na região, Lula citou a ligação dos portos de Pecém (CE) e Suape (PE) e a Refinaria de Pernambuco. De acordo com ele, esses projetos darão o mesmo "saldo que deu o pólo petroquímico de Camaçari, na Bahia". Lula disse acreditar muito no desenvolvimento da região e destacou o programa do biodiesel como meio de o povo nordestino ganhar sua cidadania.
Lula prometeu dar continuidade às extensões universitárias na região. "Queremos fortalecer muito o ensino fundamental. Quero que o Congresso aprove o Fundep, pois o governo passado (referência aos oito anos de FHC) não cuidou de construir as vagas para o ensino médio e profissionalizante", provocou. "Vamos continuar a política do Bolsa Família e ir ajustando este programa para favorecer a família".
De acordo com Lula, as bases da economia brasileira só tendem a crescer daqui para frente. "A economia brasileira está muito sólida.
As exportações continuam muito bem. Quando a gente vai construir uma casinha, o alicerce tem que está sólido. Isso está acontecendo com a nossa economia", disse, anunciando um crescimento de 5% a 6% nos próximos anos. "Vamos ter um crescimento sustentável de 10 a 15 anos. Os planos econômicos anteriores duraram de um a dois anos. Resolvemos não fazer mágica na economia. Hoje possibilitamos que todos trabalhadores que fazem acordo salarial tenham pelo menos uma reposição de 90%. Nós temos solidez. Superávit comercial de 46 bilhões de dólares. Vamos crescer de forma extraordinária nos próximos anos", prometeu.
Eleições
Durante a entrevista de quase uma hora, Lula não citou o nome de seu adversário no segundo turno, o candidato tucano Geraldo Alckmin. Fez uma única referência a ele. Ainda assim, de forma indireta. "Acho improvável o adversário contrário (Alckmin) ganhar as eleições", comentou.
Lula considerou a eleição de Jacques Wagner, na Bahia, "altamente positiva". "Foi um feito extraordinário. Maior feito da eleição deste ano. O Wagner é inteligente para fazer a Bahia dar saltos extraordinários. Eu só nasci em Pernambuco. Mas em algumas momentos eu nasci na Bahia", brincou, acrescentando que estaria mais tarde em Juazeiro (BA) e depois Petrolina (PE).
O presidente lembrou que vai apoiar a candidata Roseana Sarney. "Vou apoiá-la no segundo turno no Maranhão. Ela, desde o começo, me apoiou. Vou retribuir esse apoio. A Roseana pode fazer para o Maranhão muito mais coisas. Vou pedir votos para ela sem nenhum constrangimento. Ela foi leal comigo." Sobre sua relação com Jarbas Vasconcelos, Lula disse que a relação vai ficar como sempre ficou. "Mantive a relação institucional como presidente. A gente não olha partido, não olha ideologia, olha o Estado. Então não acredito que o Jarbas seja o líder da oposição no Senado. O Jarbas é um homem civilizado. Acho que não vou ter nenhum problema na relação com ele no Senado.