Desemprego no País permanece em 9,6% desde setembro

Rio – O mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do País permaneceu estagnado em novembro. A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou inalterada em 9,6%, mesmo nível registrado desde setembro. Nesse quadro de estabilidade da ocupação, o rendimento médio real cresceu 0,4% ante outubro e 3 1% ante novembro de 2004, mas ainda não chegou aos níveis apurados em 2002.

Os últimos dois meses do ano, historicamente, são de queda na taxa de desemprego, por causa das contratações temporárias do varejo. Em novembro deste ano, ao contrário, o comércio reduziu o número de ocupados em 0,4%, dispensando 15 mil empregados. Cimar Azeredo, gerente da pesquisa, disse que a taxa de desemprego está "engessada" como resultado dos juros altos, crise política e carga tributária elevada. "Tudo isso faz com que o investidor fique preocupado e acabe não abrindo postos de trabalho", afirmou.

Marcelo de Ávila, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), acredita que o mercado de trabalho respondeu muito rapidamente à queda do nível de atividade e das expectativas no segundo semestre. "Parece que o mercado de trabalho está apático, em compasso de espera", avalia.

Apesar da estagnação, Azeredo destaca que novembro foi o melhor indicador de emprego no governo Lula, já que a taxa havia sido maior em 2003 (12,2%) e no ano passado (10,6%). Segundo ele é inédito o registro de um período de seis meses consecutivos com a taxa praticamente estável (entre 9,4% e 9,6% desde junho), mas pelo menos o nível é o mais baixo da nova série da pesquisa de emprego do instituto. Segundo ele, a taxa de desemprego de dezembro sempre foi a menor do ano e é o que se espera que ocorra no último mês de 2005.

Por enquanto, a taxa resiste no mesmo nível porque não há alteração significativa no número de ocupados. Em novembro, havia 2,3 milhões de pessoas ocupadas nas seis regiões, com aumento de apenas 0,3% ante o mês anterior, variação que o IBGE considera estabilidade. "A taxa está engessada porque não são abertos postos de trabalho, não há movimentação no número de ocupados. Não houve nem contratação de temporários no comércio, como se esperava neste mês", disse Azeredo.

Renda 

Ele destacou como dado positivo do mercado de trabalho em novembro que o emprego formal prossegue na trajetória de crescimento, apesar da estagnação na taxa de desemprego. O número de trabalhadores com carteira assinada cresceu 0,8% em novembro ante outubro e 3,6% ante novembro do ano passado.

Ele ressaltou também o aumento no rendimento médio real e explicou que o crescimento na comparação com outubro é resultado da queda na inflação, e da não contratação, como era esperado, de trabalhadores temporários, que puxam para baixo a média dos salários. Apesar do aumento, o salário, que chegou em média a R$ 974,50 em novembro, permanece inferior a igual mês de 2002 (R$ 1.069,86).

Os salários dos homens permanecem bem acima dos recebidos pelas mulheres. Segundo a pesquisa, o salário médio dos homens no mês totalizava R$ 1.115,50 e o das mulheres era de R$ 792,50. A situação se repetia em todas as regiões. Azeredo disse que "provavelmente" o resultado está relacionado à quase totalidade de mulheres no emprego doméstico, que paga menores salários, mas que a investigação mais detalhada dos dados ainda será realizada.

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