A taxa de desemprego nas regiões metropolitanas de São Paulo, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Distrito Federal cresceu de 15,3% em janeiro para 15,9% em fevereiro, de acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A pesquisa é inédita.
Segundo a pesquisa, 116 mil pessoas passaram para o contingente de desempregados, resultado da saída de sete mil pessoas do mercado de trabalho. A PED mostra ainda que o contingente de ocupados chegou a 16,094 milhões de pessoas e a população economicamente ativa era de 19,145 milhões em fevereiro.
Os dados indicam que a taxa de desemprego aumentou 7,5% em Belo Horizonte; 6,3% em São Paulo; 1,7% no Distrito Federal e 0,9% em Salvador. Em Porto Alegre a taxa se manteve estável e em Recife a taxa de desemprego diminuiu 1,4%.
Segundo o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, as taxas registradas na PED Mercado de Trabalho Metropolitano demonstram a sazonalidade das diferentes regiões. Em cada região a dinâmica de trabalho e a estrutura do mercado de trabalho são diferentes e estão associadas organização socioeconômica do local, explicou.
Entre os setores analisados, a indústria apresentou retração de 2,5% no número de postos de trabalho; no setor de serviços a retração foi de 0,6% e em outros setores, 2,5%. Construção civil e comércio, 0,9% e 0,8% respectivamente. De dezembro de 2006 a janeiro de 2007, o rendimento médio real dos ocupados diminuiu 1%, equivalendo a R$ 1.032. O salário médio teve decréscimo de 0 8%, chegando a R$ 1.102.
A pesquisa aponta ainda que houve queda de 0,4% no número de assalariados. Entre os assalariados sem carteira de trabalho assinada houve retração de 5,1% e elevação de 0,9% entre aqueles com carteira assinada. Esse movimento de queda da informalidade é presente em todas as regiões metropolitanas. Mesmo aqueles mercados de trabalho mais complicados como Salvador e Recife, onde a taxa de desemprego é maior, está havendo contratação com carteira de trabalho assinada. É onde o salário mínimo tem uma importância muito maior do que em São Paulo.
Comparado a fevereiro de 2006, o nível de ocupação nessas seis regiões cresceu 2,6%, com a criação de 409 mil postos de trabalho. Em Belo Horizonte o crescimento foi de 7,7%; em Recife 4,3%; Salvador, 2,9%; Distrito Federal, 2,2%; Porto Alegre, 1 9%, e em São Paulo, 1,3%.
Segundo os dados da PED, os postos de trabalho foram gerados no comércio (6,2%), nos serviços (3,7%) e na construção civil (2 2%). Na indústria e no agregado outros setores houve retração de 0,8% e 3,5%, respectivamente.