Desemprego de janeiro é o menor para o mês desde 98

A taxa de desemprego de 14,4% da População Economicamente Ativa (PEA), em janeiro, na Grande São Paulo foi a menor desde janeiro de 1998 apurada pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), produzida pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese). "O comportamento do mercado de trabalho em janeiro foi normal, com um crescimento discreto do desemprego, quase de estabilidade. Foi um bom resultado", avaliou o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.

Na avaliação do gerente de análises da PED pela Fundação Seade, Alexandre Loloian, a boa surpresa reservada para o mês foi a criação de 33 mil postos de trabalho no comércio da Grande São Paulo, o que atenuou o corte de 79 mil postos em serviços e outros 31 mil na indústria. "Aparentemente, temos um novo calendário, em que as contratações do comércio se estendem de dezembro para janeiro, provavelmente por causa dos saldões de queima de estoque do começo do ano", ponderou Loloian.

Além disso, o gerente do Seade lembrou que a baixa renda encontrada na maior parte da população estimula as aquisições das liquidações, o que obriga o setor comercial a se preparar para o atendimento dos consumidores.

Também contribuiu para dirimir o crescimento do desemprego os 10 mil postos gerados no agregado outros setores, concentrado em serviços domésticos e construção civil, no caso de pequenas reformas e autoconstrução. "O setor de construção civil parece dar as primeiras mostras de contratações graças aos estímulos que tem recebido, com redução de tributos e maior oferta de crédito", considerou Ganz Lúcio.

Os especialistas também não mostraram grande entusiasmo com o crescimento do rendimento médio real de ocupados e assalariados, respectivamente de 1,4% e 1,1%, entre novembro e dezembro, rompendo um ciclo de três meses de queda. Para eles, a alta se deveu principalmente a fatores sazonais, com maior disponibilidade de renda, trazida pelo 13º salário, e pelo aumento dos rendimentos gerados aos trabalhadores comissionados.

Embora o resultado tenha sido considerado positivo em janeiro, os especialistas preferiram não fazer projeções se o mesmo comportamento será mantido para o restante do trimestre. "É difícil prever que esse comportamento vai se manter, mas nossa visão é de que o ano será bom. Não há nada que indique problemas mais sérios para a economia e, no quarto trimestre de 2006, pudemos notar uma puxada do crescimento econômico", pontuou Loloian.

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