Rio de Janeiro – A taxa de desemprego no país atingiu 9,9% em fevereiro. O número ficou acima do registrado no mês de janeiro (9,3%), mas foi praticamente o mesmo apurado em fevereiro do ano passado (10,1%). Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento indicou alta de 6,5% no número de pessoas desocupadas nas seis principais regiões metropolitanas do país no mês de fevereiro. Cerca de 136 mil pessoas a mais procuram emprego em relação ao mês anterior. Na comparação com fevereiro do ano passado, o contingente de pessoas sem ocupação profissional (cerca de 2,2 milhões) manteve-se estável.
Do ponto de vista do emprego, a pesquisa mostrou redução de 0,4% no número de pessoas ocupadas: cerca de 91 mil a menos que em janeiro. Estatisticamente, a variação configura um quadro de estabilidade. A redução foi registrada basicamente nas atividades ligadas a serviços, que incluem, por exemplo, alojamento e alimentação, e armazenagem e transporte, bastante sensíveis ao movimento turístico.
Em relação a 2006, no entanto, cresceu 2,5% o número de trabalhadores ocupados, totalizando 20,4 milhões em fevereiro deste ano ? 506 mil pessoas a mais do que no mesmo período do ano passado.
De acordo com Cimar Azeredo, coordenador da pesquisa, o comportamento do mercado de trabalho em fevereiro foi o esperado para este período do ano, quando diminuem as contratações das atividades ligadas ao turismo e grande número de pessoas retorna das férias e retoma a busca pelo emprego. ?Na verdade é um movimento que já era esperado, a dispensa de trabalhadores em fevereiro continuou, você tem um aumento da desocupação e cai o nível da ocupação, bem dentro do que era esperado? afirmou.
Para o técnico do IBGE, além de esperados, os resultados de fevereiro podem ser considerados positivos.?É interessante que a desocupação cresce com menos força do que aconteceu no ano passado. De dezembro para fevereiro do ano passado, o acréscimo no número de desocupados foi de 21% e agora só chegou a 17%. Então é um resultado dentro do esperado e positivo dado que você tem uma desocupação subindo com menos força? avaliou Azeredo.
O aumento do desemprego de janeiro para fevereiro foi mais agressivo no Rio de Janeiro (de 6,6% para 7,5%) e em Belo Horizonte (8,4% para 9,3%), lugares que apresentam também o maior número de pessoas desempregadas. Nas demais regiões o quadro foi de estabilidade.
O levantamento do IBGE também revelou estabilidade no emprego com carteira assinada de janeiro para fevereiro ? sua utilização ocorre em 42% da população ocupada. Houve crescimento de 4,1% na formalidade nas relações de trabalho, no entanto, em relação a fevereiro de 2006. Aproximadamente 335 mil pessoas a mais trabalhando com carteira assinada de um ano para o outro.
A pesquisa também apontou aumento no rendimento médio dos trabalhadores em fevereiro (R$ 1096,30) em relação ao mês de janeiro (2,5%). Cimar Azeredo destacou, no entanto, que o acréscimo na renda média é puxado pela alta nos salários das pessoas ganham mais. ?O rendimento está subindo na população que tem salários maiores, principalmente entre os que têm 11 anos ou mais de estudo? avaliou. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento da renda foi de 6,1%.
De acordo com Azeredo, a perspectiva é de alta para a taxa de desemprego também no mês de março, uma vez que ?historicamente? é só a partir do segundo trimestre do ano que o mercado de trabalho apresenta avanços decorrentes do aquecimento na economia. ?Se no mês que vem a taxa de desocupação cair isso seria um fato atípico porque não é a tendência sazonal?.