Desembolsos do IBGE têm queda de 28%

Rio – Os desembolsos de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social caíram 28% no primeiro trimestre, em relação a igual período do ano passado. Foram liberados R$ 6,77 bilhões, ante R$ 9,46 bilhões do primeiro trimestre de 2006. O superintendente da Área de Planejamento do banco, Aluysio Asti, debitou o resultado na conta da crise agricultura, que "reduziu expressivamente" a compra de máquinas e equipamentos, e ao câmbio valorizado, que incentivou a importação de bens de capital pela indústria.

Para ele, a queda da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para 8,15% ao ano – a segunda redução em seis meses – e o reaquecimento da produção industrial devem inverter a curva de desembolsos. "A expectativa é de que no primeiro semestre já tenhamos um desempenho mais favorável", disse Asti. Ele informou que os desembolsos do Finame (programa que inclui os financiamentos a todo tipo de maquinário, inclusive para a agricultura) registraram queda de 5% no trimestre, de R$ 2,331 bilhões em 2005 para R$ 2,222 bilhões este ano.

"Acredito que, não fosse a agricultura, o resultado poderia ter sido positivo", disse o superintendente. O setor agrícola vem registrando sucessivas quedas no desempenho junto ao banco. Em 2005, os financiamentos à agricultura foram cerca de 40% inferiores aos de 2004.

Em contrapartida, as aprovações de novos financiamentos no primeiro trimestre do ano chegaram a R$ 7,79 bilhões, desempenho 2% superior aos R$ 7,63 bilhões registrados em período semelhante do ano passado. O setor que apresentou maior crescimento nas aprovações foi o da indústria, que totalizou R$ 3,70 bilhões entre janeiro e março, valor 5% maior que o atingido nos primeiros três meses de 2005.

Na indústria, o segmento com melhor desempenho foi o de material de transporte (fabricação e montagem de veículos automotores, aeronaves, embarcações e equipamentos ferroviários) Nesse segmento, as aprovações somaram R$ 1,57 bilhão, 144% a mais do que em igual período do ano passado. Com o aumento das aprovações, os desembolsos do BNDES tendem a crescer nos próximos meses, acredita Asti.

Os enquadramentos, o primeiro estágio para a aprovação dos pedidos de empréstimo, cresceram 20%, somando, no primeiro trimestre, R$ 22,83 bilhões, ante os R$ 18,98 bilhões nos primeiros três meses do ano passado.

O agente financeiro com maior volume em desembolsos do BNDES até março foi o Bradesco, com R$ 872 milhões, dos quais 74 9% (R$ 653 milhões) destinados a micro, pequenas e médias empresas (MPEMs). Os outros quatro maiores foram Banco do Brasil com R$ 639 milhões, 35,6% para MPMEs (R$ 227 milhões); Unibanco com R$ 489 milhões, 16,5% para MPMEs (R$ 81milhões); Safra, com R$ 226 milhões, 41,9% para MPMEs (R$ 95 milhões); e DaimlerChrysler, com R$ 212 milhões, 74,2% para MPMEs (R$ 157 milhões).

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