Desde 2003, foram registrados 192 casos de contaminações de gripe aviária

Brasília – Desde 2003 foram registrados pela Organização Mundial de Saúde 192 casos de pessoas contaminadas com gripe aviária. Entre esses houve 109 mortes. O vírus da doença foi identificado em aves de países da Ásia, África e Europa.

A preocupação dos especialistas é que o vírus, que é transmitido entre aves e de aves para humanos, sofra transformações e passe a ser transmitido também entre humanos. "Sem dúvida isso poder acontecer, agora, qual é a probabilidade, é difícil saber", avalia o virologista e professor do departamento de microbiologia da Universidade de São Paulo (USP) Paolo Zanotto. Mesmo que isso aconteça, o professor considera alta a possibilidade de conter o vírus através da prevenção. "O ideal seria montar esquemas de prevenção e contenção e focalizar na identificação imediata de casos. Essa é a estratégia", afirma.

Para evitar que a doença se transforme em uma pandemia, ou seja, uma epidemia de grandes proporções, é preciso que os países pobres recebam atenção especial. Segundo o especialista, a chegada do vírus a regiões como a África, por exemplo, coloca em risco o controle da gripe aviária. "Ali você pode ter essa transmissão de foram desavisada, podemos não ter tempo para controlar e, nesse caso, seria extremamente perigoso", explica.

Embora ainda não tenha chegado ao continente americano, os países da região já desenvolvem ações de prevenção ao vírus conhecido como H5N1. Zanotto lembra que no Brasil o instituto Butantã trabalha na produção de vacina. "É uma vacina importante, porque apesar de não ser totalmente eficiente contra o vírus, pode fazer com que o vírus tenha um efeito mais atenuado e não mate as pessoas".

A gripe aviária é uma cepa (linhagem) do vírus influenza conhecido pela sigla H5N1 e pode variar de uma doença leve a uma versão altamente infecciosa. Em 1997 ocorreram as primeiras mortes pela doença com seis vítimas, em Hong Kong.

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