Descobertas arqueológicas são encontradas no local onde será novo Centro Juvenil

Cacos de utensílios domésticos ? achados arqueológicos – foram encontrados no subsolo do terreno onde será construído o novo Centro Juvenil de Artes Plásticas do Museu Alfredo Andersen, à Rua Mateus Leme, no setor histórico de Curitiba. A pesquisa arqueológica demonstra que o local foi habitado num período que pode anteceder ao século XIX.

Fragmentos de materiais arqueológicos diversos, entre eles, utensílios de uso doméstico – louças, vidros e metais – e materiais orgânicos – ossos, conchas, madeiras e carvão – além de restos de materiais construtivos e estruturas de antigas construções atestam os vários períodos de ocupação.

A Coordenadoria de Patrimônio Cultural (CPC) e o Museu Paranaense, ambos unidades da Secretaria de Estado da Cultura, avaliaram o potencial arqueológico do terreno para subsidiar um futuro plano de ação que envolva escavações sistemáticas em superfícies amplas, abrangendo todo o espaço físico do local. Os materiais coletados trazem indícios das atividades cotidianas desenvolvidas na época.

Segundo o relatório desenvolvido por Almir Pontes Filho, responsável pelo setor de Arqueologia da Coordenadoria, e dos também arqueólogos Cláudia Parellada (Museu Paranaense) e Julio Cézar Thomaz, o terreno corresponde ao espaço de uma ou mais residências e, possivelmente, também, abrigou estabelecimentos comerciais ou de serviço.

Fernanda Tocchetto, arqueóloga do Museu Joaquim José Felizardo, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre (RS), que esteve em Curitiba ministrando um curso sobre arqueologia urbana, considera os centros urbanos como grandes sítios arqueológicos. Ela destaca que os artefatos encontrados nesses sítios são de grande importância histórica, pois trazem indícios das atividades e dos costumes praticados anteriormente no local, como os padrões alimentares e da moda. "Muitas informações históricas não foram registradas em documentos escritos, portanto é de extrema importância o estudo da cultura material nesses espaços", comenta.

A arqueóloga realizou uma oficina, no Museu Paranaense, sobre classificação de louças encontradas em sítios arqueológicos e explicou que no século XIX importavam-se essas peças da Europa e, junto a elas, modelos de refeições e práticas européias.

Todas as atividades desenvolvidas para avaliação do terreno do Centro Juvenil de Artes Plásticas foram registradas, produzindo uma ampla documentação, incluindo fotos. Os materiais encontrados estão sendo higienizados, numerados e submetidos a uma análise no laboratório de arqueologia do Museu Paranaense, órgão responsável pela curadoria do acervo coletado.

A próxima etapa das pesquisas estará sob a responsabilidade do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas (Cepa) da Universidade Federal do Paraná, tendo como coordenador o arqueólogo Igor Chmyz (diretor do Cepa), com o objetivo de executar o resgate arqueológico da área, ou seja, recolher e organizar os materiais encontrados no terreno e, em seguida, liberar o local para a realização das obras de construção.

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