O IBGE constatou a queda de 2% na produção industrial durante o mês de setembro, e os especialistas assinalam que o fato escancara a necessidade de dinamizar os cortes da taxa básica de juros, único fator capaz de reanimar o ritmo das indústrias.
A lentidão exagerada do Banco Central na redução dos juros básicos resultou no comprometimento das metas da produção industrial no segundo semestre, tornando remotas as probabilidades de expansão, mesmo ao se considerar a costumeira expectativa de crescimento da demanda em função das festas natalinas.
O empresário Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), lembrou que a produção para o final do ano está definida e nenhum setor será levado a modificar o planejamento, a não ser por uma causa maior.
Com o corte mensal de um ponto percentual nos próximos três meses, a taxa básica cairia para 16% no começo de 2006, dando condições para a retomada do crescimento ao longo do primeiro semestre. A expectativa deriva das recentes declarações da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao descartar o aumento da meta de superávit primário, atualmente fixado em 4,25% do PIB.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) já antecipou a revisão para baixo da projeção de 3,5% do crescimento do PIB em 2005. O sintoma preocupante do produto industrial em setembro foi o bastante.