Desanimado com Serra, PMDB vive debandada pró-Lula

O desânimo tomou conta do PMDB, o principal aliado da candidatura do tucano José Serra à Presidência. Nos últimos dias aumentaram as adesões no partido a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. O PMDB está trabalhando abertamente pelo petista em 12 estados.

O comando do partido segue defendendo Serra, mas está cada vez mais cético quanto a suas possibilidades de vitória mesmo que consiga chegar a um segundo turno. A expressão ?joguei a toalha? tem sido repetida nas conversas por telefone entre o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), e os líderes na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), e no Senado, Renan Calheiros (AL).

–  Estamos preocupados com a incapacidade da campanha de encontrar um norte.  Muita gente do nosso lado, no partido, já não vê mais com horror uma vitória do Lula – disse o vice-líder do PMDB, deputado Wagner Rossi (SP).

A assessoria de Serra e o próprio candidato consideram que algumas dessas defecções são naturais e reconhecem que não há muito o que fazer para impedir que isso ocorra. As dificuldades que Serra enfrenta fizeram com que os candidatos do partido nos estados se recolhessem.

A perda mais grave, do ponto de vista eleitoral, ocorreu em Santa Catarina, onde o candidato ao governo Luiz Henrique da Silveira abandonou Serra e o candidato ao Senado, Casildo Maldaner, aderiu a Lula.

– O Serra fez uma opção pelo apoio do governador Esperidião Amin (PPB). Se o Serra tivesse para ganhar a eleição, o pessoal ainda engolia. Mas nessas circunstâncias não dá para segurar ninguém – afirmou Geddel.

Para a direção do PMDB, o erro de Serra foi apostar tudo na propaganda de televisão, concentrando na sua produção a maior parte dos recursos arrecadados.

Enquanto isso, prefeitos e candidatos não receberam material impresso de propaganda do candidato e nem apoio financeiro. Dizem também que os candidatos nos estados tiveram muitas dificuldades de relacionamento com o comando da campanha do tucano. Integrantes da cúpula do partido dizem que o PMDB está dividido em duas alas,  a dos que aderiram a Lula e a dos que estão desestimulados com Serra.

– Estamos fazendo o possível. No comando do partido não há nenhuma baixa. Estamos torcendo para o Serra ir para o segundo turno, as dificuldades são as mesmas de sempre – disse Renan.

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