Quem foi desalojado pelo desabamento nas obras da Linha 4 do Metrô da capital paulista prefere a desapropriação ao reparo dos imóveis. Esse é o consenso que um grupo de 60 moradores apresentou a representantes do Metrô e da seguradora Unibanco AIG durante reunião ontem no Hotel Mercure, em Pinheiros. Também estavam presentes Luiz Antonio Marrey, secretário de Justiça, Rogério Amato, secretário da Assistência Social, Cristina Gonçalves, da Procuradoria do Estado, e Floriano Pesaro, secretário de Assistência Social do Município.
No meio da reunião, o governador José Serra (PSDB) apareceu para garantir que o direito de cada um deles seria respeitado. "As causas do acidente também serão investigadas, assim que as buscas sejam encerradas.
As vistorias nas casas interditadas após o acidente continuaram ontem. Os últimos dados oficiais são de segunda-feira: das 55 casas interditadas das Ruas Capri e Gilberto Sabino, 5 comerciais foram liberadas e 2 residenciais estavam na iminência de serem demolidas. De acordo com a Subprefeitura de Pinheiros, moradores das ruas próximas, como a Paes Leme, também estão pedindo vistoria em suas casas.
Logo cedo, a aposentada Maria Rosa Lurdes Rossi, de 78 anos, deixou sua casa na Rua Capri com uma mala e uma imagem de Nossa Senhora Aparecida nas mãos. "Na hora em que abriu o buraco, ninguém veio me ajudar. Isso tudo eu construí e agora não sei se vou ter coragem de voltar", disse. Um prédio de oito apartamentos na Gilberto Sabino também foi interditado ontem. Apesar de não apresentar muitas rachaduras, a Defesa Civil decidiu interditá-lo por ficar bem debaixo de uma ponta da grua. "Quando essa obra começou, o prédio estava a 52 metros da cratera. Agora estamos a 32 metros", disse o síndico Antônio Manoel Dias Teixeira.